Por 11 a 1, Câmara Municipal aprova posição de Herculano e José Olímpio

O vereador Rodrigo Macruz (PTB) apresentou duas moções de repúdio aos deputados federais Herculano Passos (PSD) e José Olímpio (DEM) pelos votos favoráveis ao relatório que acabou livrando o presidente da República Michel Temer (PMDB) de um afastamento do cargo para ser investigado por corrupção passiva. Ambas as proposituras acabaram rejeitadas por 11 a 1 – apenas o autor votou a favor.

A rejeição acabou gerando um mal-estar entre a edilidade. Dito Roque (Podemos) pediu questão de ordem e se posicionou. “Todo mundo sabe muito bem da minha posição a respeito desse assunto. Lutei e vou continuar lutando. Agora, cada um tem seu livre arbítrio para votar como quer. Como não acho justo que alguém interfira na minha votação, eu vou votar contra as moções, porque cada deputado que aguente com as consequências. Não sou eu que vou dizer que o Herculano e o José Olímpio votaram errado”, disse, aproveitando para criticar as reformas propostas por Temer.

Normino da Rádio (PHS) foi outro que se justificou. “Já votei favorável a moções desse tipo anteriormente e não me arrependo. Esta Casa é um aprendizado todos os dias. Cada um tem seu posicionamento aqui e o meu posicionamento é de não votar mais moção de repúdio dessa natureza, porque cada um deve medir as suas condições de votar lá em Brasília e em qualquer parlamento desse país”, alegou, dizendo que cabe à população julgar as votações de cada parlamentar.

Reginaldo Carlota (PTB) também justificou seu voto contrário. “Eu não voto favorável a nenhuma moção de repúdio contra parlamentar nenhum. Eu acho que cada um é livre em suas opiniões e votos. E eu acho que Câmara de Vereadores não tem moral para julgar o que deputado decide em Brasília. Da mesma forma, deputado não tem moral para julgar o que nós fazemos aqui no município”, apontou o edil.

Já Givanildo Soares (PROS) disse estar feliz que a Casa “progrediu em seu pensamento”. “Não é nada contra o autor da propositura, mas eu não voto repúdio para nenhum parlamentar por sua opinião, palavra e voto. É garantia constitucional”, declarou. Giva também disse que votaria repúdio em outros casos, como de parlamentares denunciados por assédio ou outros crimes. “Quem tem que repudiar o parlamentar é a população com o sufrágio”, prosseguiu.

Dito Roque voltou a falar, informando que deputados do PTB, partido de Macruz, votaram a favor de Temer também. “Acredito que o Macruz tenha feito porque os dois deputados são de Itu, mas o presidente nacional do PTB, que é o partido de vossa excelência, votou sim. Então não pode só criticar os dois deputados que são de Itu”, relembrando alguns deputados que votaram sim e tiveram expressiva votação em Itu nas últimas eleições, como Celso Russomanno (PRB) e Guilherme Mussi (PP).

Macruz então pediu a palavra e disse respeitar a opinião de cada vereador. “A democracia é feita disso, de divergência”, declarou. O edil reconheceu os votos favoráveis do PTB ao relatório que livrou Temer, mas justificou que o deputado petebista cujo qual tem mais afinidade, Arnaldo Faria de Sá, foi “radicalmente contra”.