Annabelle 2: A Criação do Mal

Por André Roedel

Nos últimos tempos, o gênero de terror tem se reinventado e conquistado um novo público. Filmes como Atividade Paranormal e Sobrenatural atraíram um grande público ao cinema e deram a bilheteria necessária para que os estúdios promovessem mais obras do gênero. Annabelle, de 2014, originado de Invocação do Mal, foi um deles.

Feito de forma apressada, o filme não tem a qualidade de o seu “pai”, porém arrebanhou um grande público. Com isso, a Warner e a New Line investiram na continuação. Annabelle 2: A Criação do Mal, em cartaz desde semana passada, mostra a história de origem da boneca do mal que vem assustando um bocado de gente pelo mundo.

E o filme consegue ser melhor que o primeiro. Não muito, mas já se nota um capricho maior – tanto na estética quanto nas atuações. Porém, ele é mais do mesmo: traz a estrutura convencional de filmes de terror sobrenatural e, principalmente, desse novo universo originado por Invocação do Mal.

No filme, vemos que tudo começou quando um casal perde sua pequena filha em um acidente e, anos após a morte dela, recebe um grupo de garotas órfãs para morar em sua grande e bela casa. Porém, esse orfanato reserva surpresas nada agradáveis para as meninas, principalmente após Janice (vivida pela promissora Talitha Bateman) ter contato com a boneca aterradora.

Desse contato em diante, o espectador irá encontrar o de sempre em filmes de terror: sustos um tanto previsíveis e personagens descartáveis. Só é possível se identificar com Janice e a sua melhor amiga, Linda (vivida por Lulu Wilson, que já está se tornando figurinha carimbada em filmes de terror). Já os sustos até ocorrem (os mais sensíveis sentirão), mas é fácil de antecipá-los.

O filme ainda conta com um roteiro mediano. Seus diálogos não são interessantes, porém conseguem conduzir bem a trama e ligá-la ao primeiro longa-metragem. O principal ponto pra mim é a estética. O diretor David F. Sandberg usa a mesma paleta de cor dos demais filmes desse universo, criando uma sensação de familiaridade ao espectador. Também é preciso destacar o trabalho de caracterização dos atores, que conseguiu dar uma cara de passado de forma digna.

No fim, Annabelle 2: A Criação do Mal consegue ser bem melhor que seu antecessor, assusta e diverte na dose certa, mas não consegue subverter o gênero do terror (e nem pretende), entregando uma obra sem novidades. Porém, é um ótimo entretenimento para quem quer uma simples e despretensiosa sessão de cinema. Se você tiver nervos mais fracos, agarre-se à poltrona.

Nota: 

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