Casos de Cinomose crescem e preocupam proprietários de animais na cidade de Itu

Doença possui índice de mais de 80% de mortalidade e só vacina previne manifestação

Dr. Sérgio Castanheira (dir) durante “microchipagem” em filhote adotado em feira/ Foto – Daniel Nápoli

 

Daniel Nápoli

Recentemente, a cidade de Itu se viu em meio a muitos casos de Cinomose, doença altamente contagiosa provocada pelo vírus da Cinomose Canina, que atinge cães, furões e alguns animais silvestres. Grave, a doença possui índice de mortalidade de mais de 80%. A reportagem do “Periscópio” esteve em contato com proprietários de cachorros que passaram pelo problema em pontos distintos do município.

Moradora do Parque Nossa Senhora da Candelária, a auxiliar administrativo Luciane Rodrigues, de 36 anos, proprietária da cadela Lila Regina, comenta que a mistura do tratamento com a dedicação foi o que salvou a vida do animal. “No início achei que fosse problema no ouvido dela, mas uma semana depois ela só ficava deitada. Corremos no veterinário e exames de sangue comprovaram a doença. Foi um tratamento de 40 dias, até comida na boca tive que dar pra ela, mas deu tudo certo”, relata.

Porém, no caso do estudante Ander Rossi, de 22 anos, a luta pela sobrevivência de sua cadela continua. Ele relata, ainda, perdas de outros cachorros devido à Cinomose. “Localizei a mãe com nove filhotes, na Rua Sorocaba. Infelizmente, os bebês acabaram morrendo, mas a mãe está em tratamento, em processo de cura”, explica.

Em contato com o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Itu, Dr. Sérgio Castanheira, este comentou sobre os casos da doença na cidade e a importância da vacinação. “Em animais com menos de seis meses, o tratamento é ainda mais difícil. Tenho contato com várias clínicas que estão recebendo casos de cinomose e a única maneira de prevenir é vacinando. Filhotes têm que tomar a vacina em três doses, com 30 dias, 60 dias e 120 dias; na fase adulta, é preciso um reforço anual”.

O veterinário explica ainda como proceder em caso de cachorros adultos, sem um histórico de vacinas. “Nesse caso devem ser aplicadas duas doses. Vacina uma vez e, depois de 30 dias, realiza o reforço. Lembrando sempre que tem de ser uma vacina de qualidade, orientada ou aplicada por um médico veterinário, em clínicas ou pet shops de confiança”, comenta.

Sem exatidão

Questionada a respeito do número exato de casos da Cinomose no município, a Prefeitura de Itu declarou que não é possível informar o número total, pois existem atendimentos em todas as clínicas e alguns pet shops que não são reportados ao Centro de Controle Zoonoses, por não se tratar de doenças transmissíveis ao ser humano.

A Prefeitura informou ainda que em todos os bairros da cidade estão ocorrendo casos de Cinomose, com maior incidência nos bairros com maior número de cães (periferia), alertando ainda a população que, em caso de alteração no comportamento dos animais, como falta de apetite, apatia, diarreia, secreção ocular, secreção nasal e febre alta, os proprietários devem procurar urgente um veterinário antes que apareça a sintomatologia nervosa (andar cambaleando, tremores, paralisia de membros e convulsões) quando a doença já está em fase terminal, causando dor extrema e sofrimento ao cão.