Star Wars: Os Últimos Jedi
Por André Roedel
O aguardado novo capítulo da saga criada por George Lucas na década de 1970 finalmente está entre nós. E promete agradar os fãs das antigas e os novos, balanceando o atual e o tradicional. Aliás, equilíbrio pode ser a palavra-chave de Star Wars: Os Últimos Jedi. Equilíbrio na força e equilíbrio no tom – que deixa um pouco de lado a nostalgia e abre novas possibilidades para a franquia.
O inexperiente diretor Rian Johnson faz desaparecer qualquer desconfiança que existia ao seu trabalho logo nos primeiros minutos do longa-metragem, mostrando um estilo arrojado e dinâmico, esbanjando domínio de câmera e narrativa. A produção é toda bem filmada, com estética e capricho nunca antes visto (até por conta das limitações técnicas do passado). Mesmo ainda centrado na saga da família Skywalker e do eterno embate entre o bem (Resistência) e o mal (Primeira Ordem), Os Últimos Jedi passa a explorar as boas novidades de O Despertar da Força – como Rey (Daisy Ridley) e Kylo Ren (Adam Driver). As cenas protagonizadas por eles, aliás, são os grandes destaques do filme, que também conta com ótimas atuações da veterana Laura Dern (Holdo) e da novata Kelly Marie Tran (Rose) – outras novidades da franquia.
O antigo também está bem representado com as excelentes performances de Mark Hamill (Luke) e a saudosa Carrie Fischer (Leia). Suas cenas também são marcantes, ganhando tons de dramaticidade por conta da morte da atriz que deu vida a eterna princesa. Os Últimos Jedi acerta em honrar seu legado, reconhecendo sua importância para a saga.
O filme ainda traz efetivamente a guerra para o contexto de Star Wars, tal qual foi em O Império Contra-Ataca. E esse tema é muito bem explorado, principalmente suas nuances ao mostrar que a eterna briga do bem contra o mal pode ter muitos tons de cinza no meio. Enfim, foge da pieguice.
Porém, uma coisa que me incomoda desde o filme passado de 2015 é a repetição de algumas soluções e tramas utilizadas na primeira trilogia. Parece que nisso, ao menos, Star Wars não consegue avançar. Talvez só teremos uma novidade total na nova trinca de filmes, que também será comandada por Johnson.
Os Últimos Jedi, mesmo com seus pequenos deslizes, deixa uma sensação de empolgação e de esperança. E ainda encontra espaço para deixar mensagens importantes até socialmente falando, como respeito ao próximo e ao que você é, principalmente. Até porque o filme é o que talvez melhor explore o conceito da Força e seu contexto religioso, como algo que une o universo inteiro.
Grandioso e lindamente filmado, a produção foi feita para ser vista em tela grande – o 3D, porém, é dispensável. Se você é fã da saga, veja. Não irá se arrepender. Se você não é fã, veja também. Certamente irá aprender a se apaixonar por todos aqueles personagens incríveis de uma galáxia distante.
Nota:
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