Os tratamentos com Ozonioterapia

Técnica consiste na transformação de oxigênio em ozônio, que auxilia em diversos problemas de saúde e também estéticos

Beatriz Pires

A medicina, desde muito tempo, trilha um longo e, talvez, infinito caminho para o descobrimento e aperfeiçoamento de diversos procedimentos relativos à prevenção, tratamento e cura das doenças. A Ozonioterapia é um deles.

O gás ozônio, usado no tratamento, foi descoberto em 1840 pelo pesquisador alemão Dr. Christian Friedrich Schoenbein, porém, apenas em 1857, o físico Dr. Werner Von Siemens desenvolveu o Gerador de Alta Frequência, aparelho que forma o gás ozônio através de descargas elétricas em átomos de oxigênio.

A princípio, a Ozonioterapia era utilizada para combater a ação de bactérias na pele humana, sendo muito usada por médicos alemães e ingleses durante a Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) para o tratamento de feridas em soldados. No Brasil, o procedimento começou a ser aplicado apenas em 1975, pelo médico Heinz Konrad, em São Paulo.

Tratamentos possíveis

Diferentemente de quando começou, no século XIX, hoje a Ozonioterapia foi ampliada e trata muitos outros problemas de saúde e também estéticos.

O Dr. Rafael Padovani, biomédico que atua em desenvolvimento e pesquisa nas áreas de Ozonioterapia, explica que o ozônio medicinal é obtido através de duas moléculas de oxigênio que são transformadas por um aparelho em O₃. “Nesse transformar do oxigênio para o ozônio é que está o benefício para a saúde, porque ele vai atingir diretamente as mitocôndrias, vai alimentar as mitocôndrias de cada célula”, relata.

A mitocôndria é uma das organelas celulares mais importantes, tendo a função da respiração celular e produção de energia. “O ozônio vai conseguir nutrir a célula. Uma célula que estava doente, ela passa a receber esse oxigênio a mais e consegue se curar, o corpo vai se curar. Não sou eu, nem o procedimento, mas é o próprio corpo que consegue se recuperar melhor”.

O tratamento pode ser feito através de algumas vias de aplicação (sanguínea, retal ou via de infiltração muscular ou articular), sendo estipulada em consulta de acordo com a necessidade do paciente.

“Dá para fazer diversas aplicações por conta desse poder do oxigênio, porque onde tem oxigênio, ali tem vida. Todas as células do seu corpo precisam de oxigênio, então se tem alguma disfunção naquele local, o oxigênio vai conseguir trabalhar e corrigir”, explica Rafael.

As aplicações estéticas também têm resultados positivos. “Há aplicações para estria, celulite. Para uma pele que está flácida, ela começa a pegar o tônus muscular de volta, aumenta a elastina, o colágeno, fibrina, fibrinogênio. É bem interessante o resultado final”, comenta.

Além de todos esses benefícios, a Ozonioterapia não é agressiva. “A Ozonioterapia é feita com um material biocompativel, então não tem como alguém ter efeito colateral”, finaliza Dr. Rafael.

Indicações

      Segundo a ABOZ (Associação Brasileira de Ozonioterapia), o ozônio medicinal é indicado para o tratamento de:

• Problemas circulatórios;
• Doenças causadas por vírus, tais como hepatites, Herpes simples e Herpes zoster;
• Feridas infectadas quaisquer, inflamadas, de difícil cicatrização, como úlceras nas pernas, de origem vascular, arterial ou venosas (varizes), úlceras por insuficiência arterial, úlcera diabética, risco de gangrena;
• Colites e outras inflamações intestinais crônicas;
• Queimaduras;
• Hérnia de disco, protrusão discal, dores lombares;
• Dores articulares decorrentes de doenças inflamatórias crônicas;
• Imunoativação geral;
• Como terapia complementar para vários tipos de câncer.