A Maldição da Casa Winchester

Por André Roedel

Já venho falando aqui neste espaço sobre a retomada do gênero de terror no cinema, com os filmes sendo impulsionados por grandes obras como Invocação do Mal e It – A Coisa, fenômeno semelhante ao que ocorre com os filmes de super-herói. Porém, na ânsia de fazer obras no mesmo nível das citadas, muita porcaria acaba indo parar nas telonas.

A Maldição da Casa Winchester não chega bem a ser uma porcaria, mas me pareceu um filme conduzido de forma bem ruim. A premissa é boa e o elenco conta com um grande nome, ao menos, que é o da atriz britânica Helen Mirren – vencedora de um Oscar. O longa-metragem tem também Jason Clark, que se não é um excelente ator, ao menos se esforça.

Na trama, inspirada em fatos, Mirren vive Sarah Winchester, herdeira da famosa companhia que leva o seu sobrenome e fabrica armas. Assombrada pelas almas das pessoas mortas pelos artefatos que sua empresa produz, ela constrói uma peculiar casa na Califórnia para aprisionar esses fantasmas.

O personagem de Clark então é chamado pelos acionistas da empresa para verificar a sanidade de Sarah. Dentro da casa, ações do sobrenatural começam a se manifestar – a história se desenrola com todos os clichês do gênero. Produção de baixo orçamento, é possível ver que os efeitos não foram tão esmerados como deveriam. Mas é preciso destacar o figurino, que achei decente.

Tirando isso e uma ou outra cena inspirada de Helen Mirren, A Maldição da Casa Winchester não traz nada de novo para a audiência acostumada com os filmes de terror. São os mesmos sustos previsíveis, resolução atrapalhada no final e um gancho para uma possível tentativa de tornar a obra numa franquia cinematográfica.

Quando vejo filmes desse tipo, muita gente vem me perguntar depois se dá susto. Sim, A Maldição da Casa Winchester assusta. Mas não dá medo. São coisas bem distintas. Um susto você consegue fazer facilmente: basta um monstro inesperado aparecer em cena ou a trilha subir alguns tons para que o espectador pule da poltrona. Agora, medo é uma coisa mais complicada de causar em quem assiste.

Por isso passei a valorizar A Bruxa. Filme de 2015 com a fabulosa Anya Taylor-Joy, este terror causa medo da forma mais pura possível. Acostumado pelos filmes de susto fácil, admito que não gostei deste longa logo de cara. Precisaram alguns anos para processar, talvez. Mas daí surge uma produção como A Maldição da Casa Winchester e fica fácil perceber qual é a melhor.

Se você procura por um entretenimento despretensioso, porém, A Maldição da Casa Winchester não é desprezível. Dá para ser acompanhado numa boa, pois ele não exige muito de seu espectador. Agora, se você é mais exigente, é necessário um pouco de precaução – e ir conferir sem nenhuma expectativa.

 

Nota:

 

 

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