Círculo de Fogo: A Revolta
Por André Roedel
Não é melhor que o primeiro, mas também não é essa porcaria que estão pregando em sites especializados em cinema. Círculo de Fogo: A Revolta, recente lançamento da Legendary, é empolgante, tem um protagonista extremamente cativante e uma ação digna, não desonrando o seu antecessor que foi merecidamente elogiado pelos fãs e críticos.
Nesta continuação pouca coisa prossegue do primeiro filme. Muda-se o elenco, o tom e o diretor, permanecendo apenas o clima de confronto entre Jaegers (robôs gigantes defensores da Terra) e Kaijus (monstros de outra dimensão que querem dominar nosso planeta). Ou seja, uma grande homenagens a clássicos como Godzilla e os seriados japoneses predecessores de Power Rangers.
Se no primeiro Círculo de Fogo o diretor era o experiente vencedor do Oscar deste ano Guillermo del Toro, na continuação quem assume o posto é o estreante Steven S. DeKnight – mais conhecido por seus trabalhos como roteirista e produtor de séries de TV. E a mudança fica bem evidente. DeKnight, infelizmente, não chega aos pés do mexicano, mas também não compromete. Faz o básico.
No elenco, as mudanças também são evidentes. Charlie Hunnam dá lugar a John Boyega (dos novos filmes de Star Wars), que interpreta o filho do personagem de Idris Elba no primeiro filme. Ele é um relutante piloto de Jaeger que precisa assumir o comando após um incidente e liderar uma equipe de jovens recrutas. Apesar de sua atuação cativante, Boyega parece não esquecer seu papel de Finn na nova trilogia da Lucasfilm e acaba eclipsando seu personagem em A Revolta.
Outro problema do filme é o roteiro inconsistente, que ora foca nos dilemas do protagonista, ora nas indefinições dos jovens pilotos. Somado a isso está a trama principal, que envolve o plano dos Kaijus de acabar com o Jaegers e transformar a Terra em um novo lar para eles. Só que nada disso é bem amarrado, fazendo do script do filme uma grande bagunça.
Mas, como já dito anteriormente, Círculo de Fogo: A Revolta empolga com suas lutas bem coreografadas e esplendidamente preparadas através de computação gráfica. Para quem é da geração dos anos 1980/1990 como eu, que cresci vendo os chamados tokusatsu (termo em japonês para designar produções do gênero), é uma nostalgia pura poder acompanhar os embates dos robôs com os monstros gigantes.
Em resumo, o filme apresenta muitas inconsistências enquanto obra cinematográfica, mas diverte na medida certa e consegue prender a atenção do espectador com sua pirotecnia acertada e que, se não supera o ótimo longa-metragem original, pelo menos mantém o espírito. Vale o ingresso!
Nota:
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