O Predador
Por André Roedel
Sem criatividade, Hollywood vem apelando para reboots ou remakes de filmes consolidados – ou que tenham alguma base de fãs considerável para tentar faturar uma grana a mais. Nada de novo, literalmente. Acontece que os produtores já estão apelando para qualquer coisa, até para tramas que não deram muito certo no passado. O Predador de 1987, com Arnold Schwarzenegger, é um dos casos recentes a ganhar uma nova chance.
Não que o primeiro filme tenha sido ruim ou um fracasso de bilheteria – a recepção da crítica foi mista e a arrecadação foi quase quatro vezes maior do que o orçamento. Mas a história do extraterrestre perseguido pelo soldado Schwarzenegger nunca foi unanimidade – nem suas continuações e embates com Alien. Assim como é o novo O Predador (The Predator, 2018, Ação), em cartaz nos cinemas. O filme vem amargando baixos públicos e notas dos críticos.
Mas quer saber de uma coisa? Eu gostei dessa continuação/remake. Traz os elementos do filme original, insere uma pitada de coisas novas e tem muito bom humor. Vai na onda dos filmes que eu particularmente gosto muito: os que não se levam a sério. Dirigido por Shane Black (que atuou no filme de 1987), O Predador mostra um início de história muito parecido com o primeiro longa, mas leva a ação ensandecida para a cidade grande.
O elenco liderado por Boyd Holbrook (de Logan) é divertido, dá liga e cumpre a tarefa de entregar uma produção que é leve ao mesmo tempo que é repleta de palavrões e sangue, incluindo tripas expostas e cabeças explodindo – a censura inicial era de 18 anos, depois foi abrandada para 16. Além de Holbrook, o filme tem Olivia Munn (X-Men: Apocalipse), Sterling K. Brown (da série This Is Us) e o talento mirim Jacob Tremblay (Extraordinário).
A parte sanguinolenta do filme – conhecida como gore – é um dos pontos altos. O Predador não faz muita cerimônia e verte sangue. Talvez os mais sensíveis possam não gostar. Mas as piadas amenizam, mesmo as mais pesadas. O clima do filme é esse: toda cena de ação e perseguição do alienígena predador é seguida por uma mais bem-humorada para equilibrar as coisas.
Dando novos elementos para a “mitologia” da franquia (como combinação genética e outras paradas), O Predador entrega uma trama interessante apesar de não estar longe de ser uma obra-prima. Aliás, um dos grandes problemas do filme é a edição, que bagunça o já pobre roteiro. Porém, nada disso faz muito sentido quando se trata de um filme de ficção científica envolvendo uma criatura predadora… Vale o ingresso por ser um divertido passatempo.
Nota:
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Vcs falam como se o Brasil tuvesse coisas boas pro cinema