Palestra sobre violência contra mulher lota auditório do Secom
Ocorreu na manhã de ontem (28), nas dependências do SECOM (Sindicato dos Comerciários de Itu), a 1ª Capacitação para Atendimento em Situação de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, uma realização da ONG Não Posso Me Calar. O evento teve casa cheia.
A juíza Drª Tatiane Moreira de Lima foi uma das palestrantes do evento, discursando sobre relacionamento abusivo, violência psicológica e o feminicídio. Dados de agosto da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo registram em Itu, no ano de 2018, nove estupros e 29 de vulneráveis – em comparação aos 12 estupros e 22 casos de vulneráveis em 2017. Drª Tatiane explica o aumento notável entre os anos. “O aumento dos casos não implica necessariamente no aumento da violência”, expõe, acrescentando que o que ocorre é o “aumento das notificações”.
Ainda segundo a profissional, que atua no Tribunal de Justiça de São Paulo – mais especificamente com julgamento de casos de crimes contra crianças, idosos, adolescentes, deficientes e tráfico interno de pessoas –, estima-se que apenas 10% a 20% dos casos são relatados às autoridades, sendo isso denominado cifra negra – quando os casos não são registrados. “Cerca de 80% fica embaixo dos panos”, conta Tatiane. “É importante que esses casos sejam divulgados, que se levem informações”. Ela também explica que o estupro de vulneráveis é o estupro “de crianças, mulheres em situação de embriaguez, sedadas e entorpecidas”.
“É importante difundirmos como romper esse silêncio, levando às escolas que a criança tem que ter voz”, adiciona a juíza, que tem como causa pessoal “sempre difundir informação, porque informação é poder”. “Aqui a gente forma multiplicadores. As pessoas que estão aqui saem sabendo combater a violência e quem sabe ajudar outras pessoas a saírem de uma”, finaliza Drª Tatiane. O evento também contou com os palestrantes Drª Fabíola Sucasas, Drª Estefânia F. Paulin, Dr. Rafael da Costa e Dr. Yuri Castiglione. (Gabriela Prado)