Pequenas variações para ter uma alimentação saudável

Com a correria do dia a dia, é muito comum optarmos por consumir alimentos que nos proporcionem praticidade e rapidez. No entanto, uma análise de dados que fazem parte do Índice de Acesso Global à Nutrição 2018, com mais de 23 mil produtos alimentícios industrializados, das 22 maiores companhias do setor, revela que menos de um terço deles pode  ser classificado como saudáveis.

O relatório da ONG holandesa Fundação Acesso à Nutrição avaliou todos os produtos das 22 maiores companhias alimentícias do planeta em nove mercados. Juntas, elas faturam mais de US$ 500 bilhões oferecendo alimentos em mais de 200 países, influenciando a dieta de bilhões de pessoas.

Os produtos industrializados costumam conter diversos aditivos químicos como corantes que tem a função de colorir os alimentos; conservantes para evitar a ação dos micro-organismos que agem na deterioração dos alimentos, fazendo com que durem mais tempo sem estragar; aromatizantes que proporcionam cheiro e gosto; e acidulantes que modificam a doçura do açúcar, entre outros.

Outros costumes

Seguindo o movimento inverso ao consumo desses produtos, a empresária Aline Candiani Passos Torrijo, proprietária da Theodora Refeições, utiliza ingredientes e temperos naturais para dar sabor à comida. “Com certeza os temperos industrializados são mais práticos, mas o sabor muda. Nossa visão é do que vai trazer de benefício para a saúde, principalmente a longo prazo”, explica.

Para não utilizar produtos industrializados, Aline tem um trabalho maior para adequar a alimentação. “Aqui fazemos o caldo de carne com a carne ao invés do industrializado; molho de tomate, por exemplo, a gente busca sempre usar molho fresco e não comprado”, conta.

Além de utilizar produtos naturais, Aline também faz variação do cardápio. “São cinco opções por dia, uma diferente da outra. A semana inteira também não repete prato e a gente mantém, por exemplo, bife e filé grelhado como opção diária”, ressalta. “É uma alimentação para não enjoar, para ter uma variedade maior para poder escolher, e a outra questão também é da gente colocar todos os tipos de alimento”.

Para disponibilizar os nutrientes necessários que atendam as necessidades do organismo sem que haja excessos ou ausência de determinados alimentos, a empresária aposta nas guarnições, oferecendo sempre uma opção mais nutritiva. “Como a gente tem todo o cuidado de não usar nada de tempero industrializado, se torna uma refeição mais saudável também”.

Por isso, a agitação não é desculpa para não ter uma alimentação saudável. “Hoje é muito mais prático você comer de marmitex porque você pode ter essa variedade de não comer todo dia a mesma coisa. A gente pensa na forma de não perder a qualidade”, diz Aline.

A importância da variedade na dieta, de acordo com especialistas, está no fato de que uma alimentação variada é fundamental para uma vida saudável. Algumas dicas são: incluir novos alimentos no momento da refeição; combinar alguns alimentos, ajudando assim a tornar determinados alimentos mais interessantes; variar os carboidratos para obter energia; e variar a maneira de temperar os alimentos, evitando o sal em excesso e incluindo ervas e especiarias.

A alimentação saudável inclui equilibrar o que e como vamos comer. Por isso, a pirâmide alimentar pode auxiliar nesse processo, já que indica quais são os alimentos que possuem nutrientes essenciais para o nosso dia a dia.

1. Cereais, pães e tubérculos: é o maior grupo alimentar e compõe a base da pirâmide alimentar – são os nutrientes energéticos. Nele, encontram-se os alimentos fontes de carboidratos como aveia, pão, arroz, farinhas integrais, batata doce, entre outros;
2. Hortaliças: neste encontram-se as verduras e os legumes. Ao consumi-los, seu organismo receberá vitaminas, minerais e fibras. São essenciais para a regulação de diversas funções metabólicas e funcionamento adequado do organismo. No entanto, a ingestão inadequada pode levar a estados de carência e a manifestações clínicas;
3. Frutas: assim como as hortaliças, as frutas são fontes de fibras, vitaminas e minerais essenciais ao equilíbrio e funcionamento regular do organismo;
4. Leguminosas: neste grupo encontram-se os grãos – como feijões, lentilha, grão de bico, soja e oleaginosas. Além do aporte proteico, são boas fontes de fibras e de proteínas de origem vegetal;
5. Carnes e ovos: este é o principal grupo fonte de proteínas de origem animal, que é um nutriente essencial para a formação de tecidos, enzimas e anticorpos. São ricas também em ferro e vitaminas B6 e B12, que têm efeito preventivo nas anemias. De acordo com a pirâmide, seu consumo deve ser de no máximo duas vezes ao dia, pois estes alimentos são geralmente ricos em gorduras saturadas e colesterol;
6. Leite e derivados: os alimentos deste grupo também fornecem proteínas ao organismo, além de cálcio, nutriente fundamental para constituição óssea e dentes. O consumo deve ser moderado, pois nos integrais há presença de gordura saturada e colesterol – por isso prefira leite e derivados desnatados;
7. Óleos e gorduras: são alimentos fontes de energia e são responsáveis pelo transporte de vitaminas do complexo B. Por serem ricos em calorias, a ingestão deve ser moderada e equilibrada. É preferível optar pelos alimentos fontes de gorduras boas como óleo vegetal, azeite de oliva extra virgem, linhaça, castanhas e amêndoas;
8. Açúcares e doces: este grupo na pirâmide alimentar é composto por açúcar, mel, doces e produtos açucarados como achocolatados, por exemplo. São carboidratos simples, não tem fibras e são pobres em nutrientes – o seu consumo deve ser esporádico.

(Beatriz Pires)