Sonda Mars InSight pousa em Marte

Foto: Divulgação

Por Prof. Paulo Bretones*

No dia 26 de novembro, a sonda InSight pousou em Marte. Lançada pela NASA em 5 de maio deste ano por um foguete Atlas V e com um custo de quase 1 bilhão de dólares, demorou seis meses para chegar naquele planeta. Chegando lá a quase 20 mil km por hora e reduzindo sua velocidade a cerca de 8 km por hora, usou um escudo térmico para protegê-la do calor da entrada na atmosfera de Marte e também paraquedas e retrofoguetes para pousar.

Desde os anos 1960 foram lançadas 43 missões para Marte, das quais apenas 18 chegaram lá com sucesso. Algumas das sondas que pousaram em Marte foram: Viking 1 e 2 em 1976, Mars Pathfinder com o mini jipe Sojourner em 1997, Mars Odyssey em 2002, os rovers Spirit e Opportunity em 2004, Phoenix em 2008 e o rover Curiosity, que pousou lá em 2012.

A sonda InSight tem este nome que significa Interior Exploration using Seismic Investigations, Geodesy and Heat Transport ou Exploração de Interiores utilizando Investigações Sísmicas, Geodésia e Transporte de Calor.

Seu principal propósito é estudar o interior do planeta e sua atividade sísmica, ou seja, movimentos da superfície. O sismômetro para detecção de terremotos foi construído pela Agência Espacial Francesa e colaboração entre instituições da França, Alemanha, Suíça e Inglaterra. O sismômetro poderá registrar alterações sísmicas causadas por quedas de meteoritos, pelas passagens das luas de Marte, descobrir se o núcleo de Marte é sólido ou líquido, sua velocidade de rotação, composição e espessura das camadas do interior do planeta e mais toneladas de outros dados.

Se pararmos para pensar, ficaremos surpresos sobre o quanto já foi feito até agora no envio de sondas àquele planeta. Dias atrás, quando o céu abriu entre uma chuva e outra aqui no interior de São Paulo, pude ver Marte no início da noite. Um ponto brilhante bem alto no céu que na verdade trata-se de um mundo que fascina a humanidade há séculos e será um dos próximos destinos de uma missão tripulada que deverá ocorrer, segundo os planos atuais, em 2030.

Se assistirmos às animações produzidas em vídeos da NASA, podemos perceber os recursos que a sonda leva e que serão usadas nesta missão. Além de painéis solares de última geração, braços robóticos serão utilizados para instalar os instrumentos da missão.

Isto nos faz pensar sobre o desenvolvimento e o potencial da robótica como tecnologia a serviço da humanidade. Mesmo entendido por muitos como um fator que gera desemprego, muito pode ser explorado nas mais diversas áreas como a medicina, engenharia e outras. Imaginem locais na Terra, e não precisa ser Marte, cujo acesso é impossível, o que um instrumento robótico pode fazer.

Atualmente existem muitos cursos e projetos para o desenvolvimento de robôs e até olimpíadas de robótica para incentivar os alunos. Pensando na exploração de Marte, isto pode ser motivador e inspirar futuras gerações para produzir coisas úteis aqui mesmo em nosso planeta. Como o seu nome indica, InSight significa “vista de dentro”, devido a sua finalidade de entender o interior de Marte.

Sugiro aos professores assistirem com seus alunos aos vídeos da NASA sobre a sonda. Isto pode promover ‘insights’ para os estudantes no sentido usado pela psicologia, como a compreensão súbita de alguma coisa ou determinada situação, quando uma solução surge de forma repentina, um estalo, uma intuição. Nos desenhos, o ‘insight’ é representado com o uma lâmpada acesa em cima da cabeça do personagem, indicando um momento único de esclarecimento, uma iluminação ou descoberta.

A exploração espacial segue adiante e a missão InSight em Marte pode ser mais um grande exemplo do sucesso das pesquisas e inspirar novos estudos.

* Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de São Carlos.

 

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