O Retorno de Mary Poppins
Por André Roedel
Continuação do clássico da Disney de 1964, O Retorno de Mary Poppins é uma fantasia deliciosa. Faz um tributo justo ao filme original, traz novidades e uma qualidade estética impressionante. Os elementos que fizeram Mary Poppins um ícone da cultura mundial são mantidos, acrescidos de certa reimaginação da personagem, agora interpretada de forma magistral pela competentíssima Emily Blunt.
Se passando 25 anos após os acontecimentos do primeiro longa, O Retorno de Mary Poppins é praticamente a mesma história contada de outra forma e com novos personagens. Temos as crianças – dessa vez os filhos de Michael Banks (interpretado aqui por Ben Whishaw) –, a própria Mary e Jack (Lin-Manuel Miranda), uma nova versão para o Burt do grande Dike Van Dyke – que faz uma ponta nesta produção.
O filme, assim como seu antecessor, mistura com maestria as cenas de fantasia com os belos números musicais. Temos também uma cena inteiramente misturando os atores de carne e osso com personagens feitos de animação convencional, que dá um charme todo especial. Aliás, o capricho da produção é perceptível em cada detalhe, do figurino ao design dos cenários que recriam uma Londres no período da Grande Depressão.
Uma verdadeira ode ao ato de sonhar, de imaginar e acreditar que as coisas podem dar certo, O Retorno de Mary Poppins tem mensagens belíssimas ao longo das suas mais de duas horas de exibição – que passam voando, tal como Mary com seu guarda-chuva. Há de se destacar a performance de Emily Blunt no papel da protagonista, pois é difícil concorrer com a visão de Julie Andrews para a personagem. Mas a atriz entrega uma versão que mantém trejeitos, mas confere novas características à Mary Poppins, fazendo dessa nova interpretação da mágica babá algo único.
Todo o elenco está muito bem no longa, da protagonista ao adorável trio de atores mirins que fazem os filhos de Michael. Emily Mortimer, no papel da crescida Jane, é discreta, mas vai bem. O filme ainda conta com curtas participações de Maryl Streep e Angela Lansbury, além do ótimo Colin Firth como o dono do banco que quer tirar a casa de propriedade dos Banks e Julie Walters como a empregada doméstica dos Banks.
No mais, o filme só não é perfeito por conta de algumas decisões de rumo tomadas pelo diretor Rob Marshall e por se preocupar demais em homenagear o original do que de fato contar uma nova história baseada nos livros da escritora P.L. Travers, como se propôs a fazer. Apesar disso, O Retorno de Mary Poppins é belo, é divertido, é fantástico e vale o ingresso.
Nota: 4,5 estrelas