Entendendo e preservando a saúde auditiva
São mais de 10 milhões de surdos no Brasil, número que pode crescer se as pessoas não se atentarem à saúde auditiva. A surdez geralmente resulta de danos no nervo ou no ouvido interno, podendo ser causada por uma lesão, defeito congênito, medicamentos, doença, exposição a ruído alto ou desgaste relacionado à idade.
Mas também há distúrbios de audição, que podem resultar em surdez e são tão sérios quanto. Poluição sonora, má alimentação, falta de qualidade de sono e estresse são agentes causadores dos distúrbios. Um deles é o zumbido. Quem sofre de zumbido, um sintoma incômodo gerado por um distúrbio na via auditiva, já tem opções de tratamento. Até pouco tempo, quem estava acometido desse mal tinha de se acostumar com o problema ou torcer para que ele desaparecesse. Hoje, a ciência desenvolveu-se bastante nessa área, propiciando tratamentos que podem até fazer com que o barulho se torne imperceptível.
Cerca de 20% da população mundial sofre desse distúrbio, caracterizado por “barulhos” nos ouvidos ou na cabeça que podem ser percebidos como um chiado, assobio ou apito, e que não são causados por uma fonte externa. A manifestação está relacionada a problemas da vida moderna, como estresse, hipertensão, exposição crônica a ruídos, fadiga, depressão e ansiedade. Embora seja mais frequente em idosos, sabe-se que ele pode ocorrer em qualquer idade, incluindo as crianças. Em 80% dos casos, no entanto, o ruído não influencia o cotidiano dessas pessoas.
Apesar da existência de diversas teorias sobre os motivos do aparecimento do zumbido, sua origem ainda é assunto controverso. Algumas causas estão relacionadas a doenças do próprio ouvido (infecções, deficiência auditiva), trauma craniano, medicamentos ototóxicos (aspirina, outros anti-inflamatórios, antibióticos e diuréticos), anemia, diabetes, outras desordens metabólicas envolvendo triglicérides, colesterol, hormônios tireoideanos, disfunção da articulação têmporo-mandibular e até tumores.
Para os especialistas, o zumbido está relacionado com a perda de audição; cerca de 90% das pessoas apresentam os dois sintomas simultaneamente. O zumbido é um ritmo mais acelerado de disparos elétricos no ouvido. Quando há perda de audição, o ouvido tenta compensar isso com um ritmo mais veloz dos disparos, ocasionando o problema. Hoje já existe tratamento para a doença, desde uma alimentação mais equilibrada, evitando excesso de açúcar, até o uso de medicamentos, aparelhos auditivos e tratamentos mais específicos.
Quem sofre desse tipo de distúrbio deve procurar um otorrinolaringologista para uma avaliação médica e a realização de um exame audiométrico. O zumbido pode piorar com a exposição frequente a sons intensos, consumo de álcool, cafeína, nicotina e situações de estresse. Quando a causa do ruído não é identificada, o otorrinolaringologista pode lançar mão do tratamento de habituação, onde ele vai tentar bloquear as mensagens do zumbido enviadas ao cérebro, tornando o fenômeno imperceptível.
Os sintomas iniciais da perda auditiva induzida por ruído são sutis, começando, na maioria dos casos, pelas frequências agudas. Consequentemente, muitos indivíduos não percebem que apresentam uma perda auditiva induzida por ruído, pois todas as outras frequências sonoras estão dentro da normalidade e continuam se expondo a ele por falta de orientação ou conhecimento.
Ao contrário do que muitos imaginam, a exposição a sons intensos não atinge somente profissionais que trabalham em locais com elevado nível de ruído, como indústrias ou aeroportos, mas pode acontecer numa variedade de situações comuns no cotidiano da maioria das pessoas.
Dicas para preservar sua saúde auditiva
- Não introduza nenhum objeto no conduto auditivo e nem o limpe com cotonetes. Limpe apenas a parte externa;
- Evite ficar em ambientes com sons muito altos;
- Evite piscinas de água aquecida;
- Sempre que possível, descanse sua audição em um lugar silencioso;
- Tenha atenção às doenças do ouvido, como as otites. Procure um otorrinolaringologista em casos de qualquer sensação incômoda;
- Evite exposição a ruídos excessivos, seja em ambientes fechados ou nas ruas. Quanto maior a intensidade do barulho, menor deve ser o tempo em contato com ele.