Projeto de descarte correto de embalagens da construção civil é aprovado em edital do Senai
Por André Roedel
Na última quarta-feira (05) foi celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. A questão da destinação correta dos resíduos, uma das principais bandeiras sustentáveis, vem se tornando pauta presente em diversas empresas e governos. E um projeto desenvolvido aqui em Itu vem ao encontro dessa preocupação.
A startup ReciGreen, que fica localizada no município ituano, conta com um equipamento inovador capaz de retirar 98% dos resíduos dos sacos de cimento, argamassa, gesso e cal, sem utilização da água, proporcionando a reciclagem do papel utilizado nas embalagens. A empresa teve o projeto aprovado no Edital de Inovação para a Indústria, promovido pela Fiesp e pelo Senai-SP. A assinatura do contrato ocorreu no fim de abril, em São Paulo – leia mais abaixo.
O engenheiro Felipe Barbi Marcon, de 37 anos, foi o idealizador do equipamento em 2017. O papel Kraft usado nas embalagens passa por um processo de descontaminação, possibilitando a volta para a cadeia produtiva. “Os resíduos contidos nos sacos não possibilitavam a reciclagem, por isso eram 100% descartados”, explica o proprietário.
O processo de limpeza é inédito no Brasil. Hoje, a ReciGreen está no mercado atuando com construtoras. “As construtoras descartam esse material, nós processamos e destinamos corretamente. O papel processado volta para a indústria possibilitando a produção de novos papéis. E o resíduo também é aproveitado, sendo utilizado na fabricação de objetos de concreto, tais como vasos e bloquetes”.
O insight para o projeto veio na atuação do engenheiro na Gráfica Masilar, por saber o valor desse tipo de papel – considerado nobre por usar 100% de fibras virgens provenientes de pinus e eucaliptos. “Até hoje o mercado não entendia que este material podia ser reciclado. Ele sempre foi descartado em aterros e lixões”. Só de sacos de cimento são mais de 500 milhões ou mais de 80 mil toneladas de papel Kraft descartados por ano em todo o Brasil.
Edital do Senai-SP
Buscando fomento para o projeto, Marcon inscreveu o mesmo no Edital de Inovação para a Indústria e tem como objetivo obter a declaração ambiental. “Com o Edital, nós vamos obter a declaração ambiental comprovando que o processo desenvolvido pela ReciGreen é apto para fazer com que este material volte para a cadeia produtiva”, explica.
Na assinatura do contrato, ocorrida no dia 30 de abril e que contou com a presença do presidente da Fiesp Paulo Skaf, Felipe Marcon declarou que “desenvolver essa ferramenta junto com o Senai-SP será o passo principal para entrarmos fortemente no mercado”.