Toy Story 4
A parceria entre Pixar e Disney dificilmente resulta em filmes abaixo de ótimos. Alguns, inclusive, ultrapassam essa classificação e passam a ser considerados clássicos e até obras-primas. O último Toy Story, de 2010, entrou para esse seleto rol. Chegou até a ser indicado para o Oscar de Melhor Filme – e venceu a categoria de Melhor Animação. Não me espantaria de ver o quarto capítulo da história, lançado no último dia 20, entre os premiados pela Academia no ano que vem.
Isso porque Toy Story 4 resgata o clima dos três filmes anteriores e conta novas histórias – o que vem sendo cada vez mais raros nas continuações hollywoodianas. Mesmo adotando um tom episódico e não dando o espaço devido para outros personagens (o que senti falta em muitos momentos, principalmente por querer vez mais da Jessie em cena), é extremamente efetivo em contar uma história sobre descobertas e reencontros de uma maneira lúdica sem desmerecer a inteligência do espectador. Agrada desde os pequenos que se divertem com os momentos cômicos estrelados pelos brinquedos até os adultos, que se emocionam em várias cenas.
Aliás, Toy Story 4 sabe muito bem – e no momento certo – puxar as cordinhas que acionam o riso e as lágrimas do espectador. Cada situação proposta pelo roteiro atinge seu objetivo. Isso resulta em cenas extremamente emocionantes, leves e divertidas, que certamente ficarão marcadas na memória de novas crianças. Assim como a minha tem na memória ter alugado fitas VHS para conferir as aventuras de Woody, Buzz Lightyear & Cia., a geração atual vai se lembrar do divertido Garfinho, do confiante (mas nem tanto) Duke Caboom e dos malucos Patinho e Coelhinho – que na versão nacional tem a boa dublagem de Marco Luque e Antonio Tabet.
Como escrevi anteriormente, o novo Toy Story é um filme de descobertas e reencontros. Mostra Woody se descobrindo em uma nova situação, em que deixa de ser o brinquedo favorito e tem de lidar com uma “crise existencial”. Tem Buzz descobrindo sua voz interior e passando a confiar mais em suas decisões. Tem o Garfinho se descobrindo como um brinquedo, e não um pedaço de lixo. E também o belo reencontro de Woody e Betty, personagem que dá o toque girl power do filme.
Junto com uma boa trilha sonora e efeitos especiais cada vez mais impressionantes (é sério: o que a Pixar faz nenhum outro estúdio de animação consegue), Toy Story 4 é o filme perfeito para as férias escolares dos pequenos – e também dos marmanjos, obviamente. Vale o ingresso!