Izabella Sangalli fala de sua convocação para a Seleção Brasileira de Basquete
Por Daniel Nápoli
Na última semana, o basquete de Itu viveu um momento histórico. Isso porque a ala Izabella Sangalli, de 24 anos, que defende o Ituano Basquete, foi convocada para a Seleção Brasileira para a disputa dos Jogos Pan-Americanos 2019, que acontecerão em Lima, no Peru, entre 26 de julho e 11 de agosto.
Embora a equipe de Itu conte com nomes como Kelly, Joice, Palmira e Patrícia “Chuca”, que já tiveram passagens pela Seleção Brasileira, Iza, como é mais conhecida, que chegou ao time neste ano, é a primeira a ser convocada atuando pelo Ituano Basquete.
A ala se juntará a outras 15 convocadas para um período de treinamentos no Rio de Janeiro, entre os dias 16 e 30 deste mês. Após o período, quatro atletas serão cortadas e 12 seguirão para Lima, lutando por uma medalha entre os dias 6 e 10 de agosto.
Nesta semana, a reportagem do Periscópio esteve no Ginásio Prudente de Moraes para um bate-papo com a atleta, que falou sobre sua vinda para Itu, Seleção Brasileira e estrutura do esporte no país. Confira a entrevista:
Como surgiu a oportunidade de vir ao Ituano Basquete?
A oportunidade surgiu quando foi feita a alteração do calendário pela LBF (Liga de Basquete Feminino), e eu estava na Espanha e queria voltar a atuar no Brasil, em São Paulo, principalmente, e quando vi o time de Itu, como vinha jogando e a estrutura do time, me interessou bastante e foi o que eu busquei e deu certo. O time me acolheu bastante e eu fiquei muito feliz.
A chegada na equipe superou as suas expectativas?
Sim, a estrutura é excelente, a quadra, os treinamentos são muito bons. Não sei porque as derrotas estão acontecendo, mas estamos lutando até o final e a gente não está sabendo ganhar o jogo. Mas em questão de estrutura, as meninas, o técnico (Antônio Carlos Barbosa), é tudo muito bom.
Qual a sua expectativa para o restante da temporada?
A princípio meu contrato é até agosto, o período da Liga, e agora eu tenho que conversar com a diretoria se eu vou poder ficar, como que vai ser. Vai depender das duas partes. A expectativa é seguir com o trabalho e depois tentar uma medalha no Paulista.
Qual o sentimento de ser a primeira atleta do Ituano Basquete a ser convocada para a seleção, jogando na equipe?
Não é a primeira vez (que foi convocada), mas é sempre uma surpresa agradável. Estou muito feliz de poder estar representando Itu e o Ituano lá na seleção. Vou dar meu máximo para poder ficar entre as 12 e poder levar o nome da cidade, que tem acolhido tão bem este projeto.
Como tem sido sua trajetória na seleção?
A primeira vez que fui convocada na base, eu tinha 14 anos, na Seleção Sub-15, e desde então eu fui convocada para todas as seleções possíveis de base. Com 16 eu fui para o Mundial Sub-19, no Chile, onde a gente conseguiu o terceiro lugar e desde então venho jogando e a primeira convocação adulta foi em 2015 para jogar o Pan-Americano e daí estava treinando bem e consegui ficar entre as 12. Em 2016 (Olimpíadas), acabei não sendo convocada, houve mudança de técnico, em 2017 (Copa América) fui cortada e ano passado fui convocada novamente e conseguimos o vice-campeonato no Sul-Americano.
Depois das Olimpíadas do Rio de Janeiro, com toda a estrutura que foi montada, como você vê esse legado hoje?
Eu acho que não está sendo bem utilizada toda a estrutura que foi feita para os Jogos. A gente com certeza esperava que todos os esportes melhorassem e não foi o que aconteceu, infelizmente, mas eu acho que a liga vem tentando se fortalecer cada ano mais. Com uma nova gestão, deu uma boa melhorada, mais times participando e eu espero que continue melhorando.
Sobre o fortalecimento da Liga, você acredita que está havendo uma maior visibilidade?
Sim, a plataforma de streaming transmitindo todos os jogos, a ESPN Extra alguns jogos de quinta-feira. Com certeza a visibilidade está aumentando e eu espero que possa chamar mais patrocinadores para ajudar todos os times.
Como você analisa hoje a Seleção Brasileira?
A convocação foi muito boa. Não sou técnica, mas gostei bastante, tem nomes muito bons, experientes, que vão ajudar bastante, como a Érika, a Clarissa, a Nádia e tem meninas jovens e intermediárias que acho que podem ganhar experiência para que daqui alguns anos possam colher um fruto maior na seleção.
Falando em juventude e experiência, como é o contato com jogadoras como a Palmira, a Joice, a Chuca e a Kelly, que já passaram pela Seleção? Elas têm falado com você? Dão conselhos?
Sempre. Não só para mim, mas para todas as meninas. Para as mais jovens, sempre dão dicas de uma visão de ataque que elas têm, na defesa. A Palmira, a Joice e a Chuca já jogaram comigo também em Americana e sempre davam dicas e continuam. A gente sempre tenta escutar e aplicar, porque elas já tiveram nesse lugar, são mais experientes que a gente e tem cacife para poder falar.
Qual recado que você gostaria de deixar para a torcida ituana?
Quero agradecer a torcida pelo carinho. É uma torcida que ajuda, joga junto. Quero agradecer por acolher não só a mim, mas todas as meninas na cidade. Está sendo muito importante para a gente e é muito gratificante ver o ginásio cheio e peço que continuem vindo e acreditando no projeto, e que assim possam dar mais chance para que a gente possa continuar trazendo alegria para Itu.