A Freira
Por André Roedel
Eu gosto muito do universo criado pelo diretor James Wan em Invocação do Mal. A franquia deu um novo gás para os filmes de terror, catapultando outros do tipo para o estrelato. É só ver que os longas-metragens do gênero vêm atraindo grandes públicos, se tornando os mais vistos nos cinemas – principalmente no Brasil, onde caíram no gosto do espectador médio.
A Freira (The Nun, 2018, Warner Bros.) veio para consolidar esse tipo de obra. Simples, com uma ótima (mas um tanto escura) fotografia e atuações empolgantes, o filme entrega uma trama bem costurada com o restante do universo. No prólogo, o espectador é apresentado à história macabra de uma freira que, fugindo de uma entidade demoníaca, comete suicídio em um convento na Romênia.
O Vaticano então envia o padre Burke (Demián Bichir) para averiguar a situação. Uma jovem noviça, irmã Irene (Taissa Farmiga), é designada para acompanhá-lo na missão, que promete mais momentos sobrenaturais. No país europeu, os religiosos são acompanhados pelo camponês Frenchie (Jonas Bloquet), o rapaz que encontrou a jovem freira morta.
No convento romeno, localizado em um castelo medieval, o grupo começa a se deparar com as ações da criatura maligna que quer invadir o plano terreno. E, sem apelar para a tática do jump scare (que eu já “denunciei” neste espaço), o filme instiga o medo e provoca aquela sensação de apreensão que toda boa obra de terror deve fazer.
O elenco enxuto também é muito bom. Taissa Farmiga – irmã de Vera, que é figurinha carimbada na franquia – manda muito bem no papel da noviça, mostrando que é a pessoa certa para agregar ao universo. Bichir e Bloquet também vão bem. Tudo sob a batuta consistente do diretor inglês Corin Hardy, do aclamado A Maldição da Floresta. A nota de pesar fica para alguns pontos do roteiro, que são expositivos demais…
A Freira, apesar de ser o quinto capítulo da franquia, é o ponto de partida. Ele se passa em 1952, quase 20 anos antes do primeiro Invocação do Mal. O filme mostra toda a mitologia da freira demoníaca que apavora como uma presença sombria e envolta de mistérios nos demais longas, e ainda encontra tempo para expandir a trama.
Toda essa ligação entre os filmes, preenchida com cuidado tal qual o Universo Marvel dos cinemas, faz com que tudo seja ainda mais interessante e cria uma mitologia especial. Com uma estética caprichada e uma trama tão boa quanto, A Freira é uma ótima pedida para os fãs de terror!
Nota:
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