Alunos da escola “Berreta” estão sem merenda do governo estadual

Problema atinge estudantes que cursam o Ensino Médio em período integral. Prefeitura afirma que a refeição vespertina é responsabilidade do Estado

Lucas Gandia

Desde que o ano letivo de 2016 se iniciou, no dia 15 de fevereiro, parte da merenda da Escola Estadual “Professor Antônio Berreta” foi suspensa. Segundo informações obtidas pelo “Periscópio”, os alunos do Ensino Médio não têm recebido o lanche da tarde.

Com o corte na merenda, os estudantes, que pertencem ao programa de educação integral do Estado de São Paulo, estão tendo que se contentar apenas com o café da manhã e o almoço servidos na instituição. Para a refeição do período vespertino, cada um tem trazido os próprios alimentos de casa.

De acordo com Luciana Parrila Simonato, mãe de um estudante da segunda série, a falha no sistema de refeição obriga os alunos a ficarem cerca de cinco horas sem se alimentar. “As outras escolas têm apenas café da manhã e almoço. Como o ‘Berreta’ é integral, também tem café da tarde. Deveriam servir algo mais reforçado, já que passam o dia todo estudando. Mas simplesmente cortaram o lanche, sem qualquer aviso”, observa. “São adolescentes que entram na escola às 7h, almoçam às 11h20 e depois têm aula até as 16h20. Isso é muito difícil para eles”.

Luciana ainda enfatiza que não são raros os problemas envolvendo o serviço de alimentação na escola. Desta vez, no entanto, a falta de informação é o principal incômodo aos pais e responsáveis. “Pelo que ficamos sabendo, o Governo do Estado repassou a verba para o município. Mas a Prefeitura não fez o repasse à Nutriplus, que é a empresa responsável por preparar as refeições”, observa.

Caso de Justiça
Segundo Raquel Dalben, mãe de uma aluna da primeira série, a situação tem comprometido o rendimento escolar dos estudantes e incomodado até mesmo os professores da instituição. “Nossos filhos têm que levar o lanche de casa, senão como vão conseguir prestar atenção nas aulas?”, indaga.

Dispostos a reverter a situação, alguns pais têm cogitado procurar a Justiça. “Eu e alguns outros responsáveis vamos ao Ministério Público, porque isso está ruim demais. A escola é em tempo integral para nossos filhos estudarem um pouco mais, mas aí não oferecem nem o mínimo”, reclama Raquel.

Prefeitura culpa Estado
Questionada pelo “Periscópio”, a Secretaria de Educação da Prefeitura de Itu afirma que as medidas adotadas a partir do segundo semestre de 2015, visando o atendimento de alunos da Rede Estadual, estudantes das escolas de tempo integral – como é o caso da Escola Estadual “Professor Antônio Berreta” -, se estenderam para o exercício de 2016.

A Secretaria municipal ainda ressalta que, neste caso, o serviço referente ao lanche da tarde é responsabilidade do Estado. “Tais medidas, acordadas em 2015 entre a Administração Municipal e a Secretaria de Estado da Educação, estabelece o fornecimento por parte da Prefeitura de Itu, através de complemento do repasse estadual, de duas refeições por dia (desjejum e almoço), ficando a refeição vespertina a cargo do Estado”, informa.

Também indagada pelo JP, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta edição.