Apesar do aumento no valor, procura por material escolar cresce em Itu e região
Janeiro pode ser considerado o “mês das contas”. Além dos boletos rotineiros, temos de colocar na planilha o IPTU, o IPVA e também é época de gastar com o material escolar, que este ano sofreu um reajuste. A Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) projetou para 2025 um aumento de preços nos materiais escolares que variam entre 5% e 9%.
Segundo a entidade, a elevação dos custos ocorre devido à inflação anual, o aumento nos custos de produção e também do dólar, além de outros fatores que impactam diretamente nos produtos importados.
Ainda de acordo com a ABFIAE, grande parte dos itens que integram a lista de material escolar, como mochilas e estojos, são importados. Diante do cenário, fazer a compra do material escolar torna-se um desafio para os pais, principalmente aqueles que contam com mais de um filho em idade escolar. Nesta semana, o JP conversou com pais que comentaram sobre as compras.
A autônoma Priscila Suzano, mãe de uma adolescente de 12 anos e de um menino de sete anos, confirmou o aumento dos preços ao comprar os materiais. “Estamos procurando promoções. Tenho dois filhos e o gasto em dobro. O [material do] mais novo acaba ficando mais caro, pois como ele vai entrar no 3° ano, a lista é enorme de coisas para comprar. A mais velha vai para o sétimo ano e a escola dará parte do material, então o gasto deverá ser um pouco menor”.
Sobre a escola fornecer parte do material da filha, Priscila comemora. “Não fosse isso, teria um aumento de R$ 150 no material para cada um [dos filhos]. Fora isso é mochila, tênis e acaba encarecendo um pouco mais”.
Mãe de uma estudante do 2º ano do Ensino Médio e de um menino que está no Maternal II, a veterinária Camila Arruda Pletsch relata que a lista de material escolar é extensa e que fará um planejamento para a lista de 2026. “No mês de dezembro começo a pesquisar preços em diferentes papelarias e na internet, porém costumo realizar a compra de fato somente no mês de janeiro. Porém já pude observar que, em um mês, alguns itens já estão mais caros. No próximo ano comprarei o quanto antes, não deixarei pra última hora”.
Para o eletricista de autos Nelson Amorim, o gasto é triplo, já que é o responsável pela compra do material escolar de duas filhas e de uma neta, todas cursando o Ensino Médio. “Em relação ao ano passado está um pouquinho mais elevado o valor. A gente está pesquisando bastante. Tem que pesquisar, pois produto que está R$ 3 mais barato no final faz diferença”, destaca.
Papelarias
Nivaldo Madureira, diretor da Papelaria e Livraria Pedagógica, que embora possua sua loja física em Sorocaba, atende Itu e também outras cidades da região, comemora um aumento na procura e nas vendas. “A gente já tem uma procura de material escolar desde o mês de novembro. Em outubro a gente já consegue atender alguns pais que se antecipam com mochilas, lancheiras e depois em novembro com a Black Friday o pessoal já aproveitou e comprou um pouco de material também.”
“Em um comparativo com o ano passado está bem aquecido, essa venda de mochila, lancheira estou e licenciado a gente está com uma variedade bem grande, nessa semana começou bem forte”, relata Nivaldo.
Sobre o aumento do preço, o diretor do estabelecimento disse que tentou segurar ao máximo para não repassar para o consumidor e assim o preço ficar acessível. “A gente tem aí a questão de precificação para todos os bolsos”.
“A nossa venda on-line tem crescido bastante também. Nosso site atende o Brasil inteiro. Hoje estamos com uma demanda grande. Mais de 700 pedidos por dia desde a semana passada. 25% a 35% do nosso faturamento mês”, comemora.
Na cidade de Itu, Murilo Cristofoletti, um dos sócio-proprietários do Bazar e Papelaria Tupy, reforçou a questão do aumento do preço, explicando que muitos dos produtos são importados, mas apesar disso o reajuste foi pouco e a procura pelos materiais está alta.
“O reajuste ocorreu, mas foi pouco. A gente procura ter melhores preços para balancear esse aumento. A cada ano a procura aumenta e comparando com esse período no ano passado entre 10% e 15%. E a expectativa é que até o final de janeiro, as vendas aumentem uns 30% em relação ao ano passado”, comemora Murilo.