Baywatch: S.O.S. Malibu

Por André Roedel

Hollywood e a indústria do entretenimento cinematográfico e televisivo no geral vêm enfrentando uma crise criativa sem precedentes. Ao mesmo tempo que temos um punhado de filmes e séries inventivas e de qualidade, temos uma enxurrada de produções medianas inspiradas em sucessos do passado. Baywatch: S.O.S. Malibu é uma dessas produções.

O longa-metragem porcamente dirigido por Seth Gordon tenta surfar na onda da nostalgia do seriado tosco, mas conhecido, dos anos 1990. Porém, não consegue. Até há referências à série, mas elas se restringem a closes em peitos e bundas das belas atrizes em maiôs apertadíssimos – tal qual como a musa da obra original Pamela Anderson.

O roteiro é uma bagunça só. Pegaram a premissa de um episódio qualquer e fizeram um filme genérico de ação/comédia – a equipe Baywatch, em meio ao treinamento de novos recrutas, tem que investigar quem está traficando um novo tipo de droga na praia em que patrulha. As atuações são sofríveis. As cenas que contam com efeitos especiais são de dar dó. Entretanto, a película tem um grande trunfo: a química entre Dwayne “The Rock” Johnson e Zac Efron.

O primeiro, que já é o grande queridinho do cinema atual, interpreta Mitch Buchannon, guarda-vidas que era vivido por David Hasselhoff na série. Já o segundo está na pele do campeão olímpico Matt Brody, que cumpre serviços comunitários após se meter em enrascadas. As cenas com os dois são as mais divertidas. Uma grande sintonia que rende momentos hilários. Outro que vai bem na comédia é Jon Bass, que faz um nerd estereotipado que entra para a equipe Baywatch e é apaixonado pela bela CJ Parker (Kelly Rohrbach).

Aliás, o filme é repleto de estereótipos. Tem a loira peituda que não vai muito além disso, o policial meio boçal, o negro metido a espertinho que acaba se dando mal logo de cara e a vilã extravagante e cheia de pose. Em Baywatch, quem fica incumbida do papel desse tipo de antagonista é a indiana Priyanka Chopra. Cheia de clichês, a atuação dela é uma bomba – como todas as demais. Mesmo a talentosa Alexandra Daddario não se destaca (por falar nisso, coitada dessa moça. Não acerta a mão na escolha de papéis…).

Em resumo, Baywatch: S.O.S. Malibu não consegue homenagear a série original, não consegue ser um bom filme e até faz rir em diversos momentos, mas muito por conta da grande bobagem que é. É apenas mais uma obra que se perde em meio ao mar de produções de qualidade duvidosa que inundaram os cinemas recentemente. E que não merece ser resgatada.

 

Nota:

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