Brasil já teve Carnaval adiado em duas oportunidades
A pandemia do novo coronavírus obrigou o governo a cancelar o Carnaval no ano de 2021. Na história, em outras duas oportunidades – e sem sucesso – os festejos de Momo foram adiados duas vezes, nos séculos 19 e 20.
Em 1892, o ministro do Interior Cesário Alvin, motivado pelo lixo gerado pelo evento no Rio de Janeiro, então Capital Federal, e pela epidemia de febre amarela, decidiu transferir os festejos para o mês de junho, alegando que “era um mês mais saudável do que fevereiro”. Vale destacar que, naquela época, ainda não existiam as escolas de samba. Resultado: o povo não aceitou e festejou em fevereiro e junho.
No Rio, o Carnaval de rua estava ainda no início e em São Paulo havia o chamado entrudo, em que as pessoas saíam às ruas fantasiadas e mascaradas, digladiando-se com farinha, água, limões de cheiro e até dejetos humanos.
Já em 1912, uma semana antes dos festejos, ocorreu o falecimento do ministro das Relações Exteriores, José Maria da Silva Paranhos Júnior, o conhecido Barão do Rio Branco, que era tido como um herói nacional. Por isso o governo decretou luto oficial no país e o Carnaval foi adiado para 6 de abril.
Mais uma vez o povo não respeitou e festejou duas vezes. E como o brasileiro sempre acaba fazendo alguma piada de qualquer situação, na época acabou fazendo sucesso uma marchinha que dizia: “Com a morte do Barão, tivemos dois ‘Carnavá’ / Ai que bom, ai que bom se morresse o ‘Marechá’”, fazendo referência ao presidente, Marechal Hermes da Fonseca.
Diferente do que se tem divulgado, em 1919, no advento da Gripe Espanhola, o Carnaval foi mantido e, inclusive, considerado na época como “o melhor de todos os tempos”. O país havia sofrido com a epidemia e na época do Carnaval, aparentemente, tudo já estava resolvido e, por isso, houve as comemorações. Pouco tempo depois chegou a segunda onda da gripe e abalou a população.