Cabos eleitorais ganham as ruas da cidade com bandeiras e panfletos de candidatos

Com o desemprego ainda alto o país, trabalhar como cabo eleitoral é uma oportunidade para quem se encontra fora do mercado de trabalho. Em Itu, a realidade reflete o que vem ocorrendo por todo o Brasil e as ruas vão ganhando coloridos diferentes com um número cada vez maior de pessoas portando coletes, bandeiras e panfletos com o objetivo de divulgar candidatos à eleição de 2022.

A grande maioria dos cabos eleitorais que estão atuando na cidade representam candidatos de Itu, ou da região, que disputam uma vaga à Assembleia Legislativa de São Paulo ou Câmara dos Deputados. O trabalho como cabo eleitoral é remunerado, mas não se configura relação de emprego regida pelas Leis Trabalhistas – CLT. A contratação de trabalhadores para as campanhas eleitorais, tanto pelos candidatos como pelos partidos políticos, é disciplinada pela Lei Geral das Eleições. Segundo um assessor parlamentar de Itu, que preferiu não se identificar, o salário dos cabos eleitorais contratados na cidade atualmente é de cerca de R$ 1.250 por mês. A jornada é de 8 hora por dia.

O assessor, que já atuou como cabo eleitoral em eleições passadas e conseguiu se firmar no meio político a convite do próprio candidato para quem trabalhou, disse que a melhor parte da função é o contato com as pessoas e as conversas. No entanto, o assessor parlamentar também relatou sobre os frequentes ataques que os cabos eleitorais acabam sofrendo. “Pessoas falando besteira e xingando você, muitas vezes sem nem saber da verdade”, desabafou

Maria, que não revelou o sobrenome e está trabalhando pela segunda vez como cabo eleitoral ,acredita que as pessoas levam a política para o lado pessoal. “Não existem inimigos, e sim pessoas lutando por aquilo que acreditam”, afirma.

Apesar das dificuldades que enfrenta na rua trabalhando como cabo eleitoral, Maria diz que trabalha por uma política limpa por um ideal e por acreditar no seu candidato. “Existe a ignorância do povo que acha que não votar ou votar em branco vai mudar a situação”, complementou, afirmando, ainda, que tenta, da sua forma, fazer a sua parte.

Texto e reportagem: Ana Júlia Domenice