CADE aprova compra da Brasil Kirin pela Heineken sem restrições

Negócio anunciado em fevereiro elevará a participação da cervejaria holandesa no Brasil de 9% para 17,4%

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou, sem restrições, a compra da Brasil Kirin pela Heineken. Com isso, o grupo holandês ocupará a segunda posição entre as cervejarias do país, atrás apenas da Ambev.

A decisão foi publicada no despacho SG 566/2017, assinado eletronicamente pelo superintendente-geral Eduardo Frade Rodrigues. Além da marca principal, a Heineken já comercializava no Brasil os produtos Kaiser, Bavária, Amstel, Sol, Desperados e Xingu. Já a Brasil Kirin é dona das cervejas Devassa, Schin, Baden Baden, Cintra e Glacial, além de atuar no setor de refrigerantes e água mineral.

A Heineken anunciou a aquisição da Brasil Kirin em fevereiro deste ano, por 664 milhões de euros. O investimento elevará sua participação no Brasil de 9% para 17,4%, de acordo com dados da Nielsen.

Em parecer publicado nos autos do processo, a Superintendência-Geral do CADE analisou que a fusão não causaria prejuízos à concorrência no mercado de cervejas no país. Na análise de mercado, o conselho concluiu que a maioria das principais produtoras de cerveja instaladas no Brasil “têm considerável capacidade ociosa, de forma que poderiam expandir sua produção para atender desvios de demanda decorrentes de um eventual aumento de preços” por parte da nova empresa. Para o CADE, as principais concorrentes do grupo são o Grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava e Crystal, e, principalmente, a Ambev, que controla cervejas como Skol e Brahma.

Questionada pelo “Periscópio”, a Brasil Kirin informa que, “até a conclusão do processo no CADE, a empresa seguirá sua estratégia normalmente, concentrando esforços para entregar resultados cada vez melhores”.