Café vai se transformando no “vilão” da inflação
Os mais antigos diziam que o café é bom para tirar o sono das pessoas. Hoje isso é uma grande verdade, mas não por conta da cafeína, mas sim por culpa do preço. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o produto cujo preço médio em janeiro do ano passado era R$ 29,62, passou para R$ 56,07 por quilo este ano, o que chega a 90% de aumento.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação fechou janeiro em alta de 0,16% e um dos principais motivos foi a seca e as altas temperaturas.
O preço do café continua subindo e no acumulado de 12 meses, o grão moído teve uma alta de quase 50,35% conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A bebida ficou 8,56% mais cara em relação a dezembro do ano passado.
Não apenas no café, mas também outros itens de alimentação como carne, frutas, leite, óleo de soja e azeite, subiram por alguns motivos como: calor e seca, e em algumas regiões as fortes chuvas.
O Periscópio falou com o gerente de um supermercado da cidade, que pediu para não ser identificado. No caso do café, apontado como o maior “vilão”, ele disse que as pessoas não vão deixar de tomá-lo. “Mas antes a gente via nas compras de mês, as pessoas levando três, quatro pacotes e agora é um ou dois no máximo”. Segundo ele, “as pessoas estão pesquisando mais e isso é bom. Precisa pesquisar mesmo”, afirmou.
O café descafeinado vinha tendo uma boa procura, mas os preços também não são convidativos. Atualmente o pacote com 250g está rivalizando com o café comum de 500g.
Alguns supermercados da cidade até estão conseguindo manter um preço competitivo porque sabem que as pessoas, indo até o estabelecimento atraídos pelo preço mais em conta do café, acabam comprando outros produtos e uma coisa compensa a outra.