Caixa passa a financiar imóveis de até R$ 3 milhões após mudanças em regras

Valor máximo de financiamento pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) passa de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões. Setor imobiliário espera recuperar vendas

 

Desde segunda-feira (25), os mutuários da Caixa Econômica Federal podem financiar imóveis de até R$ 3 milhões, o dobro do limite de financiamento anterior, de R$ 1,5 milhão. A medida, que também já está disponível na cidade de Itu, foi anunciada na semana passada pela instituição financeira e afeta somente operações de crédito do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), modalidade responsável pelo financiamento dos imóveis mais caros sem o empréstimo de dinheiro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Além de aumentar o limite de crédito, a Caixa anunciou que passará a financiar uma parcela maior do valor dos imóveis por meio do SFI. A cota de financiamento para imóveis usados subiu de 60% para 70% do valor total. Para a compra de imóvel novo, construção em terreno próprio, aquisição de terrenos e reforma ou ampliação, a cota passou de 70% para 80%.

Operações contratadas com interveniente quitante — que têm quitação de financiamento com outra instituição financeira — passaram a ter cota de financiamento de 70%, sendo que antes era de 50%.

As mudanças não afetam as operações do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que financia a compra de imóveis de até R$ 750 mil em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Distrito Federal e de até R$ 650 mil nas demais localidades do país.

O SFH financia imóveis com recursos da poupança e do FGTS. Já o SFI financia unidades de maior valor, com recursos de fundos de pensão, fundos de renda fixa, companhias seguradoras e bancos de investimento.

 

Setor imobiliário

O setor imobiliário está com a expectativa de que a economia possa ser reaquecida com a mudança das regras de financiamento da Caixa Econômica Federal, uma vez que as alterações incluem a compra de imóveis mais caros.

Em depoimento à Agência Brasil, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, ressaltou que, apesar de ser voltada para um mercado mais restrito, a medida é muito bem-vinda para o setor. “Quando se trabalha com financiamento, acaba-se tendo dinheiro mais barato e facilitando-se os negócios. E tem-se um conforto maior”, disse.