Câmara aprova por unanimidade projeto que proíbe canudos plásticos na cidade
Foi aprovado por unanimidade na sessão da última terça-feira (13) o projeto de lei nº 98/2018, de autoria dos vereadores Mané da Saúde (PRB) e Henrique de Paula (PV), que “proíbe a utilização de canudos de plástico, em restaurantes, bares, quiosques, ambulantes, hotéis e similares, exceto os biodegradáveis, no âmbito do município de Itu”. A propositura visa colaborar com a preservação do meio ambiente, visto que há cerca de cinco bilhões de toneladas de lixo plástico pelo mundo.
Durante a votação, os vereadores parabenizaram os autores do PL e ressaltaram a importância do mesmo para o meio ambiente. “Procuramos pensar não só no dia de hoje, mas no planeta que queremos deixar para nossos netos”, disse Maria do Carmo Piunti (PSC) após correlacionar o fato de outras cidades também aderirem à tendência. José Galvão (DEM) também registrou seus parabéns aos vereadores Mané e Henrique. “Esse projeto vem para auxiliar o município a poder reforçar uma tendência mundial”.
Também na votação, Mané (que é presidente da Câmara) relatou que um comerciante foi à Câmara para xingar ele e Henrique, alegando que teria que gastar mais com os canudos biodegradáveis. O líder do prefeito Givanildo Soares (PROS) se pronunciou a respeito da reclamação. “A legislação às vezes incomoda, mas é pro bem”, falou o edil sobre a queixa do comerciante. “Tenho certeza que a geração dele vai agradecer”, prosseguiu.
Ainda de acordo com Mané, a fiscalização do projeto será feita pela Prefeitura de Itu, primeiramente com a ideia de “orientar a população sobre a lei”. Muitos estabelecimentos do país já aderiram à tendência, como no Rio de Janeiro, primeira capital do Brasil a proibir os canudos, em julho deste ano.
Questionado pela reportagem, o jornalista ambiental André Trigueiro, que fez palestra em Salto nesta semana, disse que o projeto não é só uma tendência, pois a União Europeia recentemente aprovou restrições a todos produtos de plástico descartáveis. Porém, ele teceu críticas ao projeto formulado no Rio de Janeiro, dizendo que o mesmo foi mal redigido.
Impactos ambientais
Os canudos plásticos raramente são reciclados e levam de 100 a 500 anos para se decompor, representando 0,025% do volume total de lixo marinho, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), e cerca de 4% do lixo plástico mundial. Ainda segundo o PNUMA, mais de 13 milhões de plásticos chegam aos oceanos anualmente, afetando a biodiversidade marítima. Muitos animais, inclusive, morrem engasgados e asfixiados com os canudos.
Opções sustentáveis
Os canudos biodegradáveis, geralmente feitos de papel biodegradável de madeira de reflorestamento, são os primeiros da lista de substituição dos feitos de plástico, mas há outras opções, como os canudos de metal, vidro, comestíveis – geralmente sem adição de açúcares e sem alterar o sabor das bebidas –, e de talos de trigo – biodegradáveis e compostáveis. As opções de metal e vidro, por exemplo, foram desenvolvidas para diminuir de imediato o consumo de canudos plásticos, já que eles podem ser levados na bolsa e são reutilizáveis. (Gabriela Prado)