Campanha da Fraternidade 2016 é abordada na tribuna da Câmara
Coordenador diocesano falou sobre o tema deste ano, que discutirá a questão do saneamento básico no País. Ele também atentou para os problemas de Itu
O Padre Leandro Megeto, coordenador diocesano da Ação Evangelizadora da Diocese de Jundiaí, usou a tribuna durante a última sessão ordinária para falar sobre a Campanha da Fraternidade, que neste ano tem como tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, abordando a questão do saneamento básico no Brasil. Na oportunidade, ele representou o Bispo Diocesano, Dom Vicente Costa, que não pode estar presente por motivos de agenda.
“A Campanha da Fraternidade é muito importante para a nossa Igreja, porque sempre quer trazer um tema de reflexão, um tema atual, para que a Igreja, cumprindo o seu papel de uma voz profética, possa ajudar a iluminar as questões que envolvem a vida do povo”, declarou o padre ao apresentar a Campanha, que será ecumênica, tendo a participação de diversas igrejas cristãs.
De acordo com o padre, o documento da Campanha está todo baseado na encíclica do Papa Francisco, “a primeira encíclica que um Papa escreve tratando especificamente das questões do Meio Ambiente”. Padre Megeto também comentou que o tema foi preparado há dois anos. “Mas ele se torna quase que uma voz profética em meio a toda a situação que nós estamos vivendo, como a questão da epidemia da dengue, do vírus zika, que é um problema de saneamento, de saúde pública”, disse.
O padre também falou sobre a história do profeta Amós e do lema da Campanha da Fraternidade (“Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” – Am 5,24). Megeto ainda disse que a questão do saneamento básico ainda é pouco discutida, lembrando que nas últimas eleições o tema quase não foi abordado.
“É um tema que não ganha muito voto, porque o saneamento básico está escondido na questão do esgoto, na questão da água. Não é algo que muitas vezes nos interessa”, alertou o padre, que apresentou dados sobre os problemas causados pela falta de saneamento no Brasil, além de relacionar o tema com a questão da crise hídrica enfrentada por Itu em 2014. “A Terra é um presente de Deus e nós estamos destruindo esse presente”.
Megeto também mostrou os índices de água e esgoto tratados em Itu, colocando a cidade em segundo lugar entre as cidades da Diocese nesse quesito – só perdendo para Jundiaí. “Só que Itu tem um sério problema, pois tem quase 44% de perda de água. E isso é grave, precisa ser visto e revisto, porque é um número muito alto”, declarou o padre.
O religioso finalizou sua palavra dizendo que a responsabilidade do saneamento básico é do poder público e dos vereadores em cobrar e criar leis, mas também é de cada um de nós, com pequenos gestos como fechar a torneira enquanto escova os dentes e reciclando lixo. “São questões de consciência que nós precisamos mudar e nós, como Igreja, queremos dar as mãos ao poder público para que possamos trabalhar isso na cidade de Itu”, finalizou o padre, sugerindo a realização de uma audiência pública sobre o tema.