Centro de Zoonoses de Itu é encontrado abandonado, diz nova gestão
A nova administração municipal informou na última sexta-feira (17) que se deparou com diversos problemas nas unidades do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e, imediatamente, adotou medidas emergenciais para promover o bem-estar dos animais abrigados.
No dia 2 de janeiro, quando a nova coordenação assumiu o serviço, os canis e gatis teriam sido encontrados em péssimas condições de higiene e superlotados. Atualmente, 280 animais, entre cães e gatos, filhotes e adultos, estão abrigados nas duas unidades do CCZ, localizadas na Vila Progresso e na Vila Martins.
Ainda de acordo com a Prefeitura, o fornecimento de ração também corria o risco de ser interrompido, pois havia falta de pagamento ao fornecedor desde o último mês de novembro, o que também foi solucionado pela atual gestão municipal.
Outra questão que preocupa a nova administração é que não havia mapeamento de zoonoses na cidade, o que implica diretamente no controle das doenças transmitidas pelos animais. Um plano de trabalho nesse sentido está sendo elaborado pela coordenação do CCZ. “Ao assumir os serviços, a equipe constatou que o CCZ tinha sido notificado várias vezes pelo Conselho de Medicina Veterinária”, aponta nota.
Por conta do exposto, a nova coordenação do CCZ pede à população que se sensibilize e colabore com o serviço e com as medidas que estão sendo adotadas. “Em função do cenário atual, neste momento, a lista de castração, por exemplo, terá prioridades para cães e gatos sob cuidados de protetores e Organizações Não Governamentais (ONGs) de animais, e ainda para a população em vulnerabilidade social”, explicou a diretora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), a médica veterinária Gláucia de Cássia Soares Pinho.
Em relação à adoção, a diretora pede um olhar especial das pessoas aos animais adultos, que estão há mais tempo nas unidades do CCZ e enfrentam mais dificuldades no momento da escolha feita por possíveis tutores.
Esclarecimentos
O ex-vereador e ex-coordenador do CCZ, o médico veterinário Sérgio Castanheira de Souza publicou uma nota de esclarecimento sobre as acusações. Segundo ele, que esteve à frente da coordenação do equipamento entre março de 2005 e dezembro de 2024, tudo estava em perfeitas condições tanto na saúde pública quanto na saúde animal quando deixou o comando. “Estavam alojados no Centro de Controle de Zoonoses 114 cães e 35 gatos, todos fichados, castrados e microchipados”, afirma.
Ele alega ter participado da reunião de transição no dia 14 de novembro passado, com a nova equipe do governo atual. “Na ocasião, foram inspecionadas todas as áreas do CCZ e não existia nenhuma irregularidade no local, nem relacionada aos animais”, afirma Castanheira, que informa ainda ter deixado um relatório dos serviços prestados ao secretário de Saúde, Tiago Texera.
“Durante 19 anos e 8 meses trabalhei intensamente na saúde pública municipal para o controle de zoonoses (febre maculosa, leishmaniose, raiva, leptospirose e outras zoonoses) e para a saúde e bem-estar animal. Através de Lei Municipal 1201/10, de minha autoria como vereador, conseguimos dar atendimento clínico gratuito para animais de proprietários de baixa renda, o que contribuiu imensamente para diminuição da transmissão de Zoonoses na cidade”, reforçou.
O ex-coordenador ainda elencou diversas ações promovidas durante sua gestão, como as cirurgias e castrações, além de programas de adoção de animais. “Ao ser desligado da coordenação, não poupei esforços e deixei o CCZ com estoque de medicamentos para atendimento clínico e cirurgias de castração para aproximadamente três meses. Consegui a renovação do contrato de fornecimento de ração até dezembro de 2025”, explicou.
Por fim, Castanheira informou que os canis e gatis estavam em sua lotação máxima em número de animais, situação que ocorreu especialmente após a pandemia, devido ao aumento do abandono de animais. “Diante todo esclarecimento aqui prestado, com o sentimento de dever cumprido e consciência tranquila, desejo à nova administração boa sorte e sucesso no controle das zoonoses e bem-estar dos animais da nossa cidade”, encerrou.