Cinerama: Anora
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Comédia/Romance, 2024 | Direção: Sean Baker | Classificação indicativa: 16 anos | Duração: 2h19 | Em cartaz nos cinemas
O grande favorito ao Oscar de Melhor Filme após ganhar os dois maiores prêmios dos sindicatos dos diretores e dos produtores dos EUA, “Anora” é daqueles filmes que você não entende o motivo de tanto frisson. Sim, é preciso destacar a ótima atuação de Mikey Madison como protagonista e a direção competente de Sean Baker, mas não é para tudo isso.
O filme acompanha a jovem Anora, que prefere ser chamada de Ani (vivida por Mikey), uma stripper que acaba vivendo um romance com Ivan “Vanya” Zakharov (Mark Eydelshteyn), o jovem filho de um oligarca russo. Após uma semana intensa repleta de sexo, drogas e festas, os dois se casam, contrariando os pais de Ivan.
A partir daí, o que vemos é uma comédia de erros em que personagens surgem e a confusão aumenta em escala. Temos perseguições, discussões e uma resolução longe de qualquer ideal de conto de fadas. É preciso destacar a coragem de “Anora” em mostrar o mundo nu e cru, sem romantização, com espaço para uma crítica contundente à geração atual, que não consegue ter foco em nada e não tem objetivos – discurso vocalizado pelo personagem Toros (Karren Karagulian) em um ótimo monólogo.
Mas fora isso, o filme não cativa como esperava e se torna maçante especialmente no último ato. O destaque é mesmo a interpretação de Mikey Madison, essa jovem atriz norte-americana que apareceu bem em filmes da série “Pânico” e em “Era Uma Vez Em… Hollywood”, de Quentin Tarantino. Ela se entrega de corpo e alma ao papel, que exige uma fisicalidade tremenda. Dito isso, “Anora” é um filme bom, mas completamente superestimado.