Cinerama: Batem à Porta
Dave Bautista é o melhor do filme, cujo roteiro escorrega (Foto: Divulgação)
Knock at the Cabin, Suspense, 2023 | Direção: M. Night Shyamalan | Duração: 1h40 | Classificação indicativa: 16 anos | Em cartaz nos cinemas
Durante as férias em uma cabana remota, uma menina (Kristen Cui) e seus pais adotivos são feitos reféns por quatro estranhos armados que exigem que a aquela família tome uma decisão impensável para evitar o apocalipse: para evitar que bilhões de pessoas pereçam, eles precisam escolher, em comum acordo, qual deles deve morrer.
A premissa de “Batem à Porta”, novo filme dirigido e escrito pelo sempre instigante cineasta M. Night Shyamalan, é muito interessante e, até o segundo ato, tudo corre bem. As atuações, principalmente de Ben Aldridge (Andrew, um dos pais adotivos da pequena Wen) e Dave Bautista (Leonard, um dos invasores), são muito boas. O ex-lutador e eterno Drax de “Guardiões da Galáxia”, aliás, tem sua melhor atuação da carreira.
O problema fica no terceiro ato, que não se desenrola da melhor forma. Não li o livro “O Chalé no Fim do Mundo”, escrito por Paul Tremblay e que originou o roteiro do filme, mas a sensação é que Shyamalan assimilou a ideia, mas não soube como chegar à conclusão.
Porém, algumas reflexões filosóficas (há muitos signos que ligam a trama ao cristianismo e há espaço até para discussão sobre homofobia) e o tom de suspense são bem colocados em boa parte do filme, mostrando que Shyamalan ainda tem chumbo pra queimar. Um longa que está longe de ser uma de suas melhores produções, como “O Sexto Sentido”, “Sinais” e “Fragmentado”, mas que tem seus momentos interessantes.