Cinerama: Batman

Robert Pattinson tem uma ótima atuação sob a máscara de Batman (Foto: Divulgação)

The Batman, Ação/Suspense, 2022
Direção: Matt Reeves | Em cartaz no Cine Plaza

Nota: ★★★★★

Fazer outro filme baseado no Batman, um dos personagens de quadrinhos mais conhecidos de todos os tempos e que já ganhou várias adaptações para outras mídias, não é tarefa fácil. Tanto que o diretor e roteirista Matt Reeves não tenta reinventar a roda na mais nova versão cinematográfica do anti-herói da DC, apenas explora uma faceta que não tinha sido tão aproveitada antes: o lado detetivesco do Homem-Morcego.

E o cineasta faz isso muito bem, amarrando uma resolução de pista na outra – pistas essas que são plantadas pelo Charada de Paul Dano (a melhor coisa do filme) em um plano instigante, que lembra a série “Arkham” dos videogames. Na trama do filme, o vilão quer expor a corrupção que está entranhada em Gotham City, colocando Batman em meio a uma grande caçada.

Recebido com desconfiança quando anunciado para o papel, o ator Robert Pattinson vai bem sob a máscara do Batman, entregando uma atuação soturna e depressiva do personagem – que pouco aparece como Bruce Wayne. Colin Farrell como Pinguim, Zoë Kravitz como a Mulher-Gato e Jeffrey Wright como o Comissário Gordon completam o elenco estelar, com atuações sólidas.

Se às vezes “Batman” parece pretensioso e cansativo (são quase três horas de duração), tudo é compensado com o final apoteótico e um diálogo entre o protagonista e o antagonista – que, pra mim, poderia render fácil uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante para Paul Dano (já disse que ele é a melhor coisa do filme?). Vale a pena conferir.

STREAMING

Indicado a Melhor Documentário em Curta-metragem no Oscar deste ano, “Onde Eu Moro” é potente em mostrar um drama que aflige milhões de pessoas no mundo todo: a falta de moradia. Especificamente nesse filme da Netflix, o recorte é em Los Angeles, mas poderia ser em qualquer parte do mundo. Há um relato de uma mãe que tenta de todas as formas manter a rotina para que os filhos não percebam que estão morando nas ruas que me quebrou. Apesar de eficaz em retratar essas histórias de forma concisa, o curta peca em não mostrar mais sobre a origem desse problema social: o capitalismo. Não fosse isso seria bem melhor. Curiosidade: Pedro Kos, um dos diretores de “Onde Eu Moro”, é brasileiro. Ou seja, teremos Brasil no Oscar. Tem na Netflix. Nota: ★★★★