Cinerama: Conduzindo Madeleine

Madeleine (Line Renaud), 92 anos, chama um táxi para chegar à casa de repouso onde deverá morar a partir de agora. Ela pede a Charles (Dany Boon), um motorista um tanto desiludido, que passe pelos lugares que importaram em sua vida, para vê-los uma última vez. Aos poucos, pelas ruas de Paris, Madeleine revela um passado extraordinário que perturba Charles. 

A trama básica de “Conduzindo Madeleine” não é muito original, lembra até mesmo “Conduzindo Miss Daisy”, vencedor do Oscar estrelado por Morgan Freeman e Jessica Tandy. Mas, diferente do clássico que centra na convivência entre os protagonistas tão distintos, este filme francês conquista pelas memórias dolorosas de uma mulher resiliente.

Rapidamente o espectador fica totalmente afeiçoado pela luta de Madeleine (vivida por Alice Isaaz na juventude) e é fisgado pela forma terna que se relaciona com o motorista de sua última grande viagem. O diretor Christian Carion explora muito bem essa dinâmica entre os dois colocando ambos no mesmo quadro, sendo possível ver os olhares e expressões faciais de Charles mudando a cada história contada pela senhora sentada no banco de trás.

Com um roteiro bem escrito (mas que deixa algumas lacunas que poderiam ser preenchidas) e atuações tocantes, além de magnífico passeio pelas belas ruas de Paris, “Conduzindo Madeleine” – que foi aclamado no grande sucesso no Festival Varilux de Cinema Francês – é daqueles filmes que são impossíveis não derramar uma lágrima sequer. Vale a pena conferir.

Nota: ★★★★