Cinerama: Coringa: Delírio a Dois

O primeiro “Coringa”, lançado em 2019, foi um grande sucesso de crítica e público. Elogiado e premiado, o filme fez mais de US$ 1 bilhão na bilheteria e ganhou aval para uma sequência. Novamente com Todd Phillips na direção, “Coringa: Delírio a Dois” vem sendo alvo de críticas negativas e eu realmente queria entender o motivo para tanto.

Claro, o novo filme não é superior ao primeiro, mas tem tanta qualidade quanto. A continuação se passa após ser iniciado um movimento popular contra a elite de Gotham City, revolução esta, que teve o Coringa (Joaquin Phoenix) como seu maior representante. Preso no hospital psiquiátrico de Arkham, ele acaba conhecendo Lee (Lady Gaga, em excelente performance) – sim, a Arlequina. 

A curiosidade mútua acaba se transformando em paixão e obsessão e eles desenvolvem um relacionamento romântico e doentio. Essa relação vai dando a tônica do filme, que envereda para o musical. Isso mesmo, um musical, com canções famosas como “That’s entertainment”, entre outras. Talvez seja esse o ponto mais controverso do filme, mas que faz total sentido na proposta da trama. Além disso, o diretor desde o início da confirmação da sequência tinha deixado claro que o longa iria ser um musical. O único porém, para mim, foi não aproveitar Lady Gaga de maneira melhor.

No geral, “Coringa: Delírio a Dois” traz novamente Joaquin Phoenix em grande forma, uma participação maravilhosa de Brendan Gleeson e prova que é possível fazer um filme marcante e autoral com uma propriedade intelectual como o Palhaço do Crime, que surgiu nos gibis como antagonista do Batman e se tornou protagonista de uma trama que traduz com excelência os tempos extremos e esquisitos que vivemos atualmente. Vale a pena conferir.

Nota: ★★★★

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