Cinerama: Emilia Pérez

Musical/Thriller, 2024 | Direção: Jacques Audiard | Classificação indicativa: 16 anos | Duração: 2h10 | Estreia nos cinemas dia 6 de fevereiro

Indicado a 13 categorias no Oscar, incluindo Melhor Filme, Diretor e Atriz, “Emilia Pérez” vem dividindo opiniões e recebendo críticas – muitas delas com fundamento. Começo dizendo que é um filme tecnicamente correto, com boas atuações e momentos inventivos, mas extremamente problemático em diversos conceitos – e aqui tento não ser nada bairrista pelo fato de a obra ser grande concorrente de “Ainda Estou Aqui” na temporada de premiações.

Dirigido pelo francês Jacques Audiard, “Emilia Pérez” é uma obra que se passa no México e conta com atores de descendência latina, mas que são totalmente ligados ao cinema hollywoodiano. É a visão estrangeira de uma cultura, o que reflete em diversos estereótipos e clichês.

O filme conta a história de Rita (Zoe Saldana), uma advogada talentosa, porém insatisfeita e explorada, que trabalha em uma firma especializada em encobrir crimes. Cansada dessa vida, Rita recebe uma proposta única: ajudar Juan “Manitas” Del Monte (Karla Sofía Gascón), chefe de um cartel, a se aposentar e desaparecer. O plano de “Manitas”, cuidadosamente planejado por anos, envolve não apenas fugir das autoridades, mas também assumir sua verdadeira identidade como Emilia Pérez. Rita a auxilia em todo o processo, permitindo que ela finalmente viva de forma autêntica e fora do radar.

Ao longo de toda a trama, o “Emilia Pérez” conta com números musicais, alguns de dar vergonha alheia (como a música “La Vaginoplastia”). Apesar de ter sido recebido muito mal no México por conta de seus clichês, o filme vem caindo no gosto da crítica estadunidense – talvez isso explique o porquê Donald Trump tenha sido eleito presidente dos EUA. Não é a pior produção do mundo, mas está longe de ter a qualidade que o número de indicações leva a crer.

Nota: ★★★