Cinerama: Flee – Nenhum Lugar para Chamar de Lar

Documentário norueguês inova ao usar a animação (Foto: Divulgação)

Flee, Documentário/Animação, 2021
Direção: Jonas Poher Rasmussen | Em cartaz no Topázio Cinemas

Nota: ★★★★★

O que é lar? Difícil definir uma palavrinha tão curta, mas essa é a pergunta que o documentário “Flee – Nenhum Lugar para Chamar de Lar” faz ao seu protagonista – e aos espectadores também – logo de cara.

Contando a jornada de um refugiado de guerra afegão que logo na infância se descobre gay, essa inusitada combinação de documentário e animação fez história no Oscar deste ano ao ser indicado nas duas categorias correspondentes e também na de Melhor Filme Internacional – uma pena não ter ganhado em nenhuma delas, pois foi um dos melhores filmes da premiação, disparado.

Todos os percalços vividos por Amin, de sua saída de um Afeganistão em guerra até chegar na Dinamarca (passando perrengues que vão do tráfico de pessoas a até se aceitar enquanto homossexual em uma cultura tão conservadora), são contados com o afeto necessário para uma história tão sofrida assim. A mensagem é clara: a guerra deixa marcas para sempre, sejam físicas ou mentais.

O documentário conta tudo isso sem soar piegas ou apelas para um sentimentalismo barato. O diretor Jonas Poher Rasmussen capta muito bem a essência da trajetória do afegão, tornando seu documentário um retrato de humanidade que deve ser visto e revisto. No fim, a pergunta inicial é respondida com doçura: lar pode ser qualquer lugar, mas que tenha amor. E Amin, felizmente, encontrou isso.

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Sorte de Quem?
Um homem invade a casa de veraneio de um bilionário, mas, quando estava pra sair, acaba se deparando com o dono e sua esposa. Ele então precisa refazer o plano e a situação acaba saindo do controle. “Sorte de Quem?” tem uma premissa simples, com uma história contida e poucos personagens. E isso – juntamente com a clara referência ao cinema de Alfred Hitchcock – é o suficiente para fazer o filme ser elegante e prender o espectador do começo ao fim, levantando questões sociais durante seus diálogos bem escritos. Pra melhorar, o filme ainda conta com o ótimo trio Jason Segel, Lily Collins e Jesse Plemons, que eleva sua qualidade. Vale a pena conferir. Tem na Netflix. Nota: ★★★★