Cinerama: Flow
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Animação/Aventura, 2024 | Direção: Gints Zilbalodis | Classificação indicativa: Livre | Duração: 1h25 | Em cartaz nos cinemas
Em meio a tantas animações estreladas realizadas por estúdios como Pixar e DreamWorks, uma modesta produção da Letônia vem chamando a atenção. Trata-se de “Flow”, indicado não só ao Oscar de Melhor Filme de Animação como também de Melhor Filme Internacional, de tão boa que é.
O filme que chegou ao circuito nacional na semana passada é notável por ser completamente renderizado no software de código aberto Blender e não conter nenhum diálogo. Na trama, acompanhamos um gato preto e solitário que, quando seu lar é destruído por uma grande inundação, encontra refúgio em um barco habitado por diversas espécies, tendo que se juntar a elas apesar das diferenças.
Usando uma bela técnica de animação, “Flow” encanta também pela mensagem de respeito às diferenças e a luta pela sobrevivência. Ainda abre espaço para abordar, mesmo que de forma mais sutil, a emergência climática que enfrentamos, com secas cada vez mais severas e enchentes cada vez mais violentas.
Além do gato astuto, o espectador ainda se depara com outros personagens igualmente cativantes como o cão labrador meio bobalhão, a capivara pacata, o lêmure um tanto maluco e o pássaro-secretário altivo, que tem papel importante na trama. Vale destacar que nenhum dos animais são antropomorfizados, ou seja, agem como bichos mesmo. Com um tom de fábula que dialoga perfeitamente com adultos e crianças sem uma frase sequer, “Flow” é uma ótima pedida em meio a tantos bons filmes indicados ao Oscar.
Nota: ★★★★