Cinerama | Lilo & Stitch

Comédia/Família, 2025 | Direção: Dean Fleischer Camp | Classificação indicativa: 10 anos | Duração: 1h48 | Em cartaz nos cinemas
Ohana quer dizer família. E live-action de desenho quer dizer muito dinheiro no bolso dos executivos da Disney. A nova versão de “Lilo & Stitch” no fim serve só para isso: faturar bastante em bilheteria e merchandising. Baldes de pipoca, camisetas, pantufas, bichinhos de pelúcia e uma infinidade de outros produtos licenciados foram lançados para obter o lucro máximo. Na sessão que fui (completamente lotada), famílias inteiras iam uniformizadas com itens que remetem ao fofo alien azul.
O que sobra de carisma e autenticidade no filme de 2002 (disruptivo para o padrão da época da empresa do Mickey) falta para essa adaptação mediana dirigida por Dean Fleischer Camp (que não tem um currículo lá muito bom). A trama tem a mesma base do desenho, com pequenas alterações: Stitch é um alienígena que vai parar na Terra e vira o “pet” de Lilo, que vive no Havaí com a irmã Nani. Eles então vivem grandes aventuras e tudo mais que já esperamos.
Obviamente um produto (sim, nem dá para chamar de filme) como esse não é pensado para marmanjos como eu. Foi pensado para as crianças e jovens adultos que assistiram ao desenho original quando pequenos e querem viver a nostalgia. “Lilo & Stitch” aproveita muito esse momento de resgatar sucessos do passado e reembala em uma roupagem para os novos tempos, com cenas curtas e muitos cortes, pois o público de hoje – acostumado com os TikToks da vida – não consegue ter foco.
“Lilo & Stitch” ainda falha em criar conexão com o público. Em momento algum dá para “comprar” a relação entre os personagens, e Stitch chega a ser insuportável em muitos momentos. De ponto alto, apenas a ótima Maia Kealoha no papel de Lilo e um ou outro momento praticamente idêntico ao do desenho, que desperta a memória afetiva de forma quase inconsciente. E só.