Cinerama: Morte no Nilo
Death on the Nile, Mistério/Crime, 2022
Direção: Kenneth Branagh | Em cartaz no Cine Plaza
Nota: ★★
A mais nova adaptação de um livro da escritora Agatha Christie para os cinemas só pode ser resumida de uma forma: que porre! “Morte no Nilo”, que já nasceu cancelado por conta de seu elenco problemático (Letitia Wright, que se notabilizou por “Pantera Negra” e é assumidamente antivacina, é uma das estrelas do longa, para se ter uma ideia), até que é redondinho e eficiente na proposta de ser um filme de resolução de crime.
O mistério está lá, só é difícil de prender o espectador – que acaba se distraindo a todo momento. O ótimo Kenneth Branagh, diretor e mais uma vez na pele do detetive belga Hercule Poirot, se esforça e consegue em alguns momentos cativar com seu carisma e sua boa vontade, mas o restante do elenco parece não colaborar.
Na trama, as férias de Hercule Poirot no Egito, a bordo de um glamoroso navio-cruzeiro, transformam-se numa procura por um assassino quando a lua de mel do casal Linnet Ridgeway (Gal Gadot) e Simon Doyle (Armie Hammer) é interrompida por um crime fatal. É aí que o detetive belga entra em cena, tentando solucionar o caso.
A estrutura é praticamente a mesma de todos os filmes de solução de crime que já vimos antes. Poirot passa a investigar os demais passageiros, o que daria brecha para o espectador ser recompensado por bons diálogos e interpretações do elenco – que, apesar de cancelado, tem nomes como Annette Bening e Rose Leslie. Quem consegue se sair melhor é Emma Mackey (conhecida por ser sósia de Margot Robbie e por estrelar a série da Netflix “Sex Education”).
Além do elenco pouco inspirado, o ritmo lento e a escolha de uma fotografia mais escura não colaboram – tornando o filme sonolento. No geral, apesar de mais atraente que “Assassinato no Expresso Oriente” e contando com um Poirot ainda mais carismático, “Morte no Nilo” não vale a experiência da telona.
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Bar Doce Lar
Baseado em um livro de memórias, “Bar Doce Lar” mostra a jornada de amadurecimento de um jovem até se tornar o que sempre sonhou: um escritor. A obra também fala muito sobre a ausência de um pai e os impactos disso na vida do filho. Nada original, mas até que bem conduzido – com exceção da montagem, que achei fraca. George Clooney ainda não se provou como diretor, mas não compromete. Tye Sheridan tem talento, só que ainda não entregou a atuação que pode alcançar. Já Ben Affleck está bem à vontade no papel do tio/pai, que dá os conselhos certeiros para o aspirante a autor. As cenas dos dois no bar são as melhores do filme e poderiam ser em maior quantidade. Tem no Prime Video. Nota: ★★★