Cinerama: O Mal Que Nos Habita

Quando um homem possuído pelo demônio é encontrado em um povoado no meio do nada na Argentina, a vida de dois irmãos e todos que os cercam vira de cabeça pra baixo e o medo passa a ser presença constante. “O Mal Que Nos Habita”, do diretor e roteirista Demián Rugna, traz novos elementos para filmes de possessão e impressiona com momentos verdadeiramente perturbadores. 

Sem perder tempo em explicar tudo de forma mastigada, o filme vai situando o espectador naquela realidade aos poucos, trazendo novos detalhes a cada cena visceral em tela.

A produção argentina é bem caprichada, e não fica devendo a nenhum filme do gênero produzido por grandes estúdios de Hollywood (o design do “apodrecido”, como é chamado alguém que foi possuído, causa uma mistura de asco e medo que eu poucas vezes vi no cinema).

Ao longo da trama, tentando fugir do mal encarnado, os irmãos Pedro (Ezequiel Rodríguez) e Jaime (Demián Salomón) buscam ajuda de uma especialista neste tipo de possessão e tentam salvar a família antes que seja tarde demais. Nessa jornada, Rugna se concentra em explorar as emoções de todos em meio àquela situação de completa desesperança.

O desespero vai se tornando uma tônica e é impossível não ficar agoniado com o desenrolar da história. Um filme tenso do começo ao fim, repleto de simbolismos e que realmente assusta.

Nota: ★★★★