Cinerama: Silvio
Thriller/Ficção policial, 2024 | Direção: Marcelo Antunez | Classificação indicativa: 14 anos | Duração: 1h52 | Em cartaz nos cinemas
Existem várias histórias reais brasileiras que rendem (ou renderiam) ótimos filmes – e eu já escrevi algumas vezes sobre isso neste espaço. No fim do ano passado, por exemplo, tivemos o interessante “O Sequestro do Voo 375”, que abordava uma tentativa de atentado contra a presidência da República com um avião. O filme carrega alguns problemas, mas é efetivo em sua proposta e conta com boas atuações.
Agora, chega às telonas “Silvio”, que conta um episódio específico da carreira do maior apresentador da TV brasileira: seu sequestro ocorrido em 2001. Não se trata de uma biografia de Silvio Santos, mas um recorte pontual de sua trajetória, num filme com cara de thriller. Tinha tudo para ser um sucesso: personagem conhecido, estreia na promoção “Semana do Cinema” e pouco menos de um mês após sua morte. Porém, a produção não ajuda.
A proposta é interessante e há alguns momentos minimamente bem-feitos. Mas no geral, o que temos é uma trama piegas e repleta de atuações exageradas. Rodrigo Faro no papel da versão mais velha de Silvio, com uma caracterização esdrúxula, não convence. Ele tenta empregar nuances na vida do apresentador que é difícil de comprar. O filme é repleto de inverossimilhanças. Johnnas Oliva, intérprete do sequestrador Fernando Dutra Pinto, até se esforça, mas passa do ponto.
No geral, “Silvio” falha em ser uma homenagem ao apresentador, falha em contar de forma interessante uma história real que marcou o Brasil e falha em apresentar uma produção cinematográfica minimamente decente. Se esforça, mas não consegue.
Nota: ★