Cinerama | Superman

Em cartaz nos cinemas, “Superman” é mais que uma nova tentativa de iniciar um universo cinematográfico da DC Comics: é um reposicionamento do personagem criado por Jerry Siegel e Joe Shuster na década de 1930 para os novos tempos, em que o herói tal qual ele foi concebido parece não mais se encaixar.

O diretor James Gunn consegue fazer o filme mais politizado do Homem de Aço ao mesmo tempo que entrega a obra com mais referências às histórias em quadrinhos, sem vergonha de parecer um gibi de super-herói, com cores e conceitos extravagantes.

Vivido por David Corenswet, o Superman deste novo filme já está em atuação há algum tempo e precisa enfrentar vilões poderosos e também a opinião pública quando uma nova informação sobre sua origem vem à tona. Para isso, ele vai contar com a ajuda de outros heróis como o Lanterna Verde (Nathan Fillion) e da intrépida jornalista Lois Lane (Rachel Brosnahan).

De forma bem explícita até, vemos conflitos reais (como o genocídio palestino e a guerra na Ucrânia) sendo usados em alegorias da trama, que faz questão de deixar claro: o Superman é um imigrante alienígena que prega a paz. E mesmo vindo de outro planeta, é tão humano quanto nós. Seja como Kal-El ou Clark Kent, o personagem ajuda os outros porque se sente realizado. Sua cerne é ser bom, e James Gunn entendeu com maestria isso ao escrever roteiro.

Gostei muito de como o longa-metragem vai direto ao ponto, sem precisar recontar a origem do Azulão pela enésima vez (apesar de em vários momentos sua origem em Krypton ser relembrada). A ação é bem desenvolvida, os personagens secundários são muito divertidos e a versão de Lex Luthor de Nicholas Hoult é a melhor já apresentada no cinema. Ansioso pelos próximos filmes desse universo!

Nota: ★★★★