Cinerama: Venom: A Última Rodada

A adaptação cinematográfica de Venom, o anti-herói da Marvel Comics, é um caso raro. Todo mundo reconhece que os filmes são ruins, mas daqueles que sabem que são mesmo ruins e acabam “dando a volta”, ficando minimamente interessante – especialmente o segundo. Porém, em “Venom: A Última Rodada”, terceiro e último filme da franquia (será?), a Sony não consegue repetir a dose e entrega uma obra somente problemática mesmo, com sérios problemas de roteiro e apenas um ou outro bom momento.

Na trama, uma entidade misteriosa está à caça do simbionte, colocando Eddie Brock (Tom Hardy) em uma situação complicada. O roteiro envereda então para uma espécie de road movie, com o personagem principal partindo para uma viagem pelos EUA para fugir dessa perseguição. Só que a ameaça nunca se manifesta de fato, deixando o filme sem um grande clímax.

Para piorar, são diversos sub-núcleos totalmente dispensáveis, em especial aquele encabeçado pela Dra. Teddy Paine (Juno Temple). São muitos personagens em tela que só servem para desviar do que fez a franquia ser divertida: a relação de Eddie e o simbionte. Para piorar, há momentos repletos de vergonha alheia, como aquele em que Venom dança (sim) ao embalo de “Dancing Queen”, sucesso do ABBA (sim!).

Por óbvio o espectador precisa ter muita suspensão da descrença ao assistir a um filme como este, mas o grande problema de “Venom 3” está nesse inchaço de personagens e tramas, que são sustentadas por um fiapo de roteiro. A história vai do nada para lugar nenhum, mostrando que chegou a hora de parar mesmo. Mas, dado que há duas cenas pós-crédito, parece que a Sony não vai largar o osso tão cedo.

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