CNBB e Conic lançam Campanha da Fraternidade 2021

Com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”, a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 foi lançada na última quarta-feira (17), pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), tendo por objetivo a promoção do “diálogo para superar as polarizações e as violências que marcam a comunidade mundial”.

Padre Antonio Ferreira da Silva, o Padre Ton, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Itu, comentou para o Periscópio a campanha deste ano. “É uma proposta de dialogar com aqueles que não estão próximos, ou aqueles que enxergam ou entendem muitas coisas de maneira diferente”.

Este ano – e nem poderia ser diferente – a pandemia do Covid-19 está obrigando que as paróquias trabalhem de um modo diferente a campanha. “Muitas paróquias ainda tem dificuldades de reunir os seus membros, muitas transmitem suas missas de forma on-line, e nós estamos sendo muito prudentes, seguindo as orientações de Dom Vicente Costa”.

O pároco afirma que normalmente “a Campanha da Fraternidade é celebrada em grupos, nas casas, mas por causa da pandemia muitas pessoas têm evitado o contato, a convivência até mesmo na igreja. Muitos até não voltaram para as comunidades. Nós, aqui da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, não teremos grupos de reflexão, porque não houve – por conta da pandemia – uma adesão aos grupos”.

Polêmica

A Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021 vem causando polêmica uma vez que convida “comunidades de fé e pessoas de boa vontade para pensar, avaliar e identificar caminhos para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual”, conforme aponta seu texto base.

E isso vem causando alarde e motivando ataques contra o ecumenismo, que vão desde fake news com conteúdos que tentam desmerecer os membros do Conic até críticas a importantes movimentos que promovem a unidade. Ou seja: enquanto quem espera por mudanças faz campanha visando à fraternidade, os contrários iniciaram uma contra-campanha. E ela é desserviço, que revela o desejo intencional de se dividir ainda mais o povo – do que unir.

Padre Ton entende que é saudável “fazer o confronto das idéias, mas nunca um confronto destrutivo”. Ele cita que “foi gerada muita discussão em mídia, redes sociais, e muita gente está inflamada. Mas, será que todos tiveram acesso ao texto-base? Será que todo mundo leu e refletiu o texto-base?”.

Finalizando, padre Ton destaca que “é muito importante que antes de emitir qualquer pensamento, ou qualquer fala, ter-se primeiro aprofundado daquilo que tem-se comentado. E aí, sim, fazer os confrontos das idéias, mas nunca o confronto destrutivo, mas sim um confronto construtivo. Na mentalidade cristã, ‘eu vou confrontar para construir e nunca para destruir ou aniquilar’”.