Cobertura vacinal inicia leve recuperação após 3 anos em queda

Por Leticia Petrelli

Desde o ano de 2019, a cobertura vacinal, principalmente infantil, têm demonstrado um declínio significativo no país. Segundo dados do Ministério da saúde, em 2021 os índices de vacinação demonstravam que menos de 59% dos cidadãos estavam imunizados.

Em 2020, o número era de 67% e em 2019, de 73%, o patamar recomendado pelo Ministério da Saúde é de 95%, o que torna os números cada vez mais alarmantes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), somente neste ano esse cenário mudou. E, as taxas demonstraram bons índices, iniciando um processo de recuperação na cobertura vacinal.

A assessora técnica do COSEMS/SP, Brigina Kemp, acredita que a hesitação vacinal é uma das causas para o declínio dos índices de vacinação durante os anos de 2019 e 2022. “Hesitação vacinal é quando há uma dúvida em se vacinar. Esta dúvida pode gerar atraso na vacinação ou então, uma recusa em se vacinar. A hesitação pode ser por medo das reações das vacinas, medo de tomar a vacina que é injetável, ou até, por achar que a vacina não é mais importante para a doença que ela protege. A vacina contra poliomielite é um exemplo disso, como as pessoas não conhecem mais ninguém com a paralisia infantil acham que não é importante tomar a vacina”.

A assessora pontuou ainda, que o início da recuperação das taxas vacinas, neste ano, está relacionada a um grande investimento governamental. “O governo federal colocou o resgate das coberturas vacinais como prioridade. Portanto, tem um investimento político e técnico. Tem uma decisão política de recuperar as coberturas vacinais e assim, fazer ações integradas dentro do Ministério da Saúde, principalmente entre a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente e a Secretaria de Atenção Primária em Saúde…O ícone da vacinação, o personagem Zé Gotinha foi resgatado, dando ênfase nas ações de comunicação”.

Por fim, para que a cobertura vacinal continue em crescimento, Brigina acredita que o governo federal precisa fazer melhorias no sistema de informação para que essas taxas representem a realidade. E, declarou ainda, que a população deve considerar a carteira de vacinação um documento importante. “A vacinação é um direito do cidadão, portanto, todo cidadão deve exercer este seu direito constitucional. Deve procurar se informar com fontes oficiais e seguras (como a de pesquisadores) sobre as vacinas e, não compartilhar informações de fonte desconhecida. É importante também, estar atento às orientações das autoridades sanitárias, acompanhar a carteira de vacina para não haver atrasos na vacinação…Tratar a carteira de vacinação como um documento importante”, finalizou.