Comandante do BPMI fala sobre a situação do prédio da 5ª Cia

A 5ª Cia. da PM, recentemente, necessitou deixar sua sede, ao lado do Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes, às margens da Rodovia Waldomiro Correa de Camargo (SP-79), no bairro Cidade Nova, região do Pirapitingui, em Itu, pois o prédio corre o risco de desabar a qualquer momento.

Ao JP, o comandante do 50º Batalhão de Polícia Militar do Interior, Tenente-Coronel PM Drague, explica a situação. “A casa é tombada pelo Condephaat [Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico], e como é um prédio tombado pelo patrimônio histórico tem que se manter todas as suas características como prédio histórico, então, por exemplo, pintura eu não posso mudar, nem a arquitetura do prédio”, disse.

“E aí foi adaptado o prédio para receber os meus policiais da 5ª Cia., que gira em torno de 75 policiais responsáveis pelo policiamento nessa região. Foi investido um dinheiro lá antes para adaptar o prédio para receber os policiais, em questão de alojamento, administração, banheiro, toda uma estrutura. Ano passado nós também investimentos na reforma de todo o telhado, de forro, tudo trocado”, prossegue o comandante. Mas, segundo ele, devido às chuvas, houve uma rachadura no prédio que “está se movimentando” e, como é um prédio antigo, não tem coluna e os tijolos são sobrepostos, houve uma movimentação do solo e o prédio está ruindo.

“Então nós acionamos nossos engenheiros que temos na Polícia Militar, que foram lá e fizeram um laudo técnico. Nesse laudo foi apontado que o prédio realmente não é habitável, não posso deixar os meus policiais lá dentro, pois corre o risco de cair a qualquer momento. As chuvas pararam, mas eu não posso correr esse risco”, justifica.

De imediato, foi retirado o efetivo do local, tanto o operacional quanto administrativo, que foi transferido para a sede do 50º Batalhão. “É a alternativa mais rápida que nós tínhamos, uma medida emergencial e os acomodamos aqui [Batalhão] de maneira precária, mas estão acomodados aqui, tem todo um condicionamento deles aqui”, comenta Drague.

Apesar da saída dos policiais do prédio em que estava a 5ª Cia., o comandante garante que o policiamento seguirá atuante na região do Pirapitingui. “Não desamparamos o bairro. Além da viatura que é responsável diretamente por aquele bairro, nós deixamos a Base Móvel, toda a característica que ela tem, 24 horas na própria sede da Cia., como ponto de referência para a população. Além da viatura que faz o policiamento ali”.

Medidas

Após os acontecimentos, o Tenente-Coronel Drague esteve em reunião com o prefeito Guilherme Gazzola (PL), que de acordo com o comandante, “prontamente se colocou à disposição juntamente com o subprefeito Douglas [Boschetti] e já nos cederam um prédio público municipal, no próprio bairro [Cidade Nova]”.

“Era uma antiga creche, hoje é um ponto de apoio operacional de manutenção de obras da Prefeitura. Eles estão saindo de lá, adaptando um novo prédio pra eles, amanhã [04] eles devem nos entregar esse prédio. Nós vamos ter que adaptar o prédio para atender aos nossos policiais”, explana o policial. “Acredito que em uma ou duas semanas, no máximo, a gente esteja em condições. Vai sair do Batalhão e irá para aquele prédio”.

Alternativas

À reportagem, o Tenente-Coronel ainda destaca que o 50º BPMI/I fez um documento para o Condephaat com dois questionamentos. “Primeiro se pode reformar o prédio tombado e segundo se eu posso construir um outro prédio no próprio terreno. Estou na dependência disso”, disse Drague.

Porém, mesmo em caso de negativa para as duas perguntas, existe uma outra alternativa de acordo com o comandante. “O  prefeito também já sinalizou que, dependendo dessa resposta, ele vai disponibilizar para nós um terreno na frente do [Centro de Lazer] Titi para que se construa a 5ª Cia. lá. Alternativa nós temos. Ou vamos construir dentro do próprio terreno nosso ou vai ser construído em um terreno que a Prefeitura irá disponibilizar”.

“Vai continuar no próprio bairro [a 5ª Cia], a população pode ficar tranquila que a Polícia Militar vai continuar presente ali, porque a gente entende que é muito importante a presença lá no bairro, já que temos uma distância da área central e isso será mantido de todas as maneiras”.

A reportagem do Periscópio tentou contato com o Condephaat, porém até o fechamento desta edição não obteve retorno.

Apoio

Para a reforma do prédio em que a 5ª Cia. ficará de maneira provisória, há o apoio da Prefeitura e também da população local, por parte dos comerciantes, com o objetivo de agilizar o processo.

“Para mim é muito gratificante saber que a Polícia Militar está inserida dentro da sociedade, porque a sociedade ituana abraça a Polícia Militar. A gente fica mais tranquilo em saber que temos o apoio do Estado, do município, das Forças Armadas e da população”, destaca o comandante.

O Tenente-Coronel acrescenta que “o deputado federal Capitão Derrite (PP) já se predispôs a ajudar de alguma forma, o deputado estadual Danilo Balas (União Brasil) também já se predispôs ou com emenda parlamentar ou tentar agilizar esse processo de construção da Cia. É o mais viável do que reformar um prédio tombado pelo patrimônio histórico”, conclui o policial militar.

Por meio do departamento de comunicação da Prefeitura, o prefeito Guilherme Gazzola comentou a respeito. “Nossa gestão não mede esforços para se manter alinhada com as forças de segurança pública e vem tratado de todos assuntos pertinentes a essa área nas reuniões do GGI [Gabinete de Gestão Integrada]. Aguardamos um bom desfecho por parte do Condephaat na liberação do imóvel, assim como, em caso da impossibilidade deste uso, colocamo-nos à disposição da PM para dar segmento aos estudos de uma área municipal com este intuito”, destaca.