Combate ao fumo: médica comenta a importância de largar o cigarro
Na quinta-feira (29) comemorou-se o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A campanha neste ano tem como tema “Tabagismo: os danos para a gestante e para o bebê”. O tabagismo, de acordo com dados do Ministério da Saúde, é uma grave ameaça à saúde global, matando mais de 8 milhões de pessoas por ano, sendo 1,3 milhão devido ao tabagismo passivo.
Para proteger as gerações presentes e as futuras, e garantir o declínio contínuo do tabagismo, o Dia Nacional de Combate ao Fumo 2024 tem como foco a proteção das gestantes e das crianças contra os malefícios do tabagismo e do tabagismo passivo.
A fumaça do tabaco contém mais de 7 mil compostos e substâncias químicas e estudos indicam que, no mínimo, 69 delas provocam câncer. A importância do tema escolhido está em assegurar o direito à saúde de crianças, adolescentes, jovens, mulheres e gestantes, assim como da população em geral, em consonância com o compromisso que o Brasil assumiu ao ratificar a Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco.
Para reforçar a importância da data, o Periscópio conversou com a Dra. Maria Clara Schnaidman Suarez, psiquiatra cooperada da Unimed Salto/Itu, que falou sobre os benefícios de se parar de fumar. “O mais importante é a qualidade de vida, tanto da pessoa como dos que convivem com ela, pois o fumante passivo está exposto aos mesmos riscos à saúde do fumante.”
“O tabagismo é a principal causa de câncer de boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rim e bexiga e, principalmente, de pulmão. Os fumantes têm até 22 vezes mais probabilidade de desenvolver câncer de pulmão ao longo da vida do que os não fumantes”, destaca a profissional.
Além disso, de acordo com a Dra. Maria Clara, o tabagismo está associado às doenças crônicas não transmissíveis e, também, contribui para o desenvolvimento de outras doenças como tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras.
“Os benefícios de parar de fumar são quase imediatos. Em apenas 20 minutos após parar, a frequência cardíaca cai. Em 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue volta ao normal. Entre 2 a 12 semanas, a circulação melhora e a função pulmonar aumenta. Entre 1-9 meses, a tosse e a falta de ar diminuem. Dentro de 5 a 15 anos, o risco de AVC é reduzido ao de um não fumante. Em 10 anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão é cerca de metade da de um fumante. Além disso, em 15 anos, o risco de doença cardíaca é igual ao de um não fumante”, explica a psiquiatra.
Questionada sobre qual profissional pode oferecer suporte e orientação para alguém que deseja deixar o tabagismo, Dra. Maria Clara esclarece. “É o médico, seja um clínico geral, ou médico de família. Em casos mais graves pode ser necessário o acompanhamento especializado de um pneumologista. Ademais, todo profissional de saúde capacitado pode oferecer suporte e orientação para quem quiser parar de fumar”.
A psiquiatra reforça que a pessoa que deseja buscar ajuda para parar de fumar, pode procurar os serviços de saúde. “A Unimed possui médicos e equipes de saúde preparados e capacitados para orientação e acompanhamento de quem desejar cessar o tabagismo”.
Prefeitura
O JP procurou também a Prefeitura para saber quais ações são realizadas no município para conscientizar e incentivar as pessoas a parar de fumar. Por meio de nota, a administração municipal informa que os interessados podem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência e obter informações a respeito com o médico do referido equipamento de saúde.