Confira dicas para o bom uso do 13º salário
Por lei, o 13º salário dos trabalhadores registrados pela CLT tem sua primeira parcela na conta no dia 30 de novembro. Como cai neste sábado, a maioria das empresas já depositou o dinheiro na sexta (29). A segunda parcela deve ser depositada até 20 de dezembro.
A grande maioria das pessoas usa o dinheiro ou para a compra de presentes de Natal ou para o pagamento de dívidas. Mas há outras dicas, voltadas à reorganização das finanças. Mas, como foi criado o 13º salário? Normalmente as pessoas ficam felizes ao recebê-lo, mas não tem ideia de quando esse benefício foi criado.
O 13º salário, ou “gratificação de Natal”, foi uma proposta de 1959, do deputado Aarão Steinbruch (PTB-RJ), sendo aprovada pelo Senado em 27 de junho de 1962 e sancionada em 13 de julho daquele ano pelo então presidente João Goulart, resultando na Lei 4.090, garantindo a todo empregado o direito a uma gratificação de fim de ano equivalente a 1/12 avos do salário de dezembro para cada mês trabalhado.
Na época a inflação chegava a 51,6% (IGP-DI) e o anúncio foi recebido com muita festa pela população que em 1962 já havia vibrado muito com a conquista do bicampeonato mundial de futebol e a “Palma de Ouro” conquistada com o filme O Pagador de Promessas, dirigido pelo saltense Anselmo Duarte.

Dicas
O Periscópio manteve contato com o economista Marcelo Fioravante, 48 anos, consultor empresarial e financeiro; professor e coordenador universitário (@boa.fortuna), que dá dicas de como usar com sabedoria, essa importante gratificação, que já comemorou 62 anos de existência.
“Se o beneficiado estiver numa situação bastante confortável, o ideal é poupar uma boa parte dessa remuneração; a fração a ser poupada é muito pessoal, mas o ideal é que não se gaste mais que 50% do valor recebido”, diz ele.
“Se o contemplado com o abono estiver com a situação financeira mais justa e sem reservas, a hora é de poupar a maior parte do valor recebido. Nesse caso, o recomendado seria investir ao menos 75% do valor recebido, sendo que os 25% restantes poderiam ser gastos em despesas adicionais de Natal”, prossegue.
“Por fim, e talvez seja a situação mais comum, as famílias que estão endividadas e inadimplentes podem e devem usar seu salário adicional como uma maneira de renegociar com seus credores os valores em aberto. Ainda que o valor não liquide as dívidas, pode ser um bom passo para recuperar o crédito e limpar o nome eventualmente negativado”, afirma Marcelo.
“O mais importante é lembrar que o décimo terceiro não deve ser direcionado única e exclusivamente para consumo desenfreado; e sempre deve ter uma parcela do valor destinada a reserva. Até porque janeiro é logo ali e as despesas da família não tardam em chegar”, concluiu.
Vale sempre lembrar que janeiro é um mês em que os gastos via de regra ultrapassam o normal, já que há despesas adicionais como IPTU, material escolar e outros.