Confira entrevista com Prof. Anderson Silva, candidato a prefeito de Itu
O Periscópio realizou entrevistas com todos os candidatos a prefeito de Itu nas eleições 2020. As sabatinas foram publicadas semanalmente desde o dia 17 de outubro. Confira abaixo a entrevista feita com o candidato Prof. Anderson Silva (PT), que tem como vice Erasmo Souza (PT).
Por que quer ser prefeito?
Sou morador de Itu desde quando nasci. Minha família veio pra cá na década de 1950 e aqui nós fizemos histórias, construímos a história da nossa família, onde Itu nos deu muita oportunidade. Sou filho de migrantes nordestinos, filho de uma doméstica e meu pai é comerciante. E eu sempre precisei do serviço público de qualidade, que infelizmente até hoje não tem funcionado adequadamente em nossa cidade. Diante dessa situação, de todo esse retrocesso, eu me coloquei à disposição da sociedade ituana, porque sei o que é precisar de um posto de saúde funcionando adequadamente. Sei o que é o precisar de um transporte público, que por sinal é muito mal prestado pela empresa que está aí, com um contrato que eu digo “contrato vitalício” e presta um péssimo serviço para a população ituana. Sei, também, o que é precisar de uma educação de qualidade, o qual eu sou professor há 16 anos, como professor do Estado de São Paulo. Eu sei de muitas deficiências que hoje Itu necessita. A saúde já virou uma utopia. Quero trabalhar incessantemente. Meu objetivo é fazer realmente um mandato para a classe trabalhadora.
Quais suas propostas para a educação?
A escola pública hoje é extremamente sucateada. Primeiramente a gente precisaria reformular a forma de ensinar. Por quê? Nós temos uma educação do século 19, educadores do século 20 e alunos do século 21 que são extremamente digitais. Então a atenção que você consegue prender de fato de um aluno são 7 minutos. Depois dos 7 minutos, o tempo restante é dispersão. Então a gente precisa tornar essas aulas atrativas e uma aula que realmente faça que o aluno se interesse. De que forma nós vamos fazer isso? Digitalizando toda a escola municipal. Quadro digital, laptop para os alunos. Transformar a escola pública municipal realmente no que ela necessita ser. Para isso não medirei esforços para transformar a escola pública do século 21.
O que pretende fazer para melhorar o atendimento na área da saúde?
A área da saúde vai ser um tema, acredito, muito batido nessa eleição. Eu tenho soluções a curto prazo, médio prazo e a longo prazo. Curto prazo: transformarei a Prefeitura em um hospital municipal. Isso é curto prazo. Ao assumir, retirarei a Prefeitura de lá, ela vai vir para a Casa do Barão do Itaim e a Prefeitura se tornará um hospital municipal mantido 100% pelo município. Podemos fazer isso. Não podemos esquecer do Cidade Nova. Nós temos ali aproximadamente 70 mil habitantes, como é uma região migratória, acredita-se 100 mil habitantes. Construirei lá, na Regional, um hospital vertical para atender os moradores também do Cidade Nova na questão da saúde.
Na questão da água, o que precisa ser feito para a cidade ter pleno abastecimento?
Nós temos recursos hídricos abundantes. O que acontece dentro de Itu é que não se faz uma política realmente de gestão ambiental. Eu vou dar um exemplo bem simples que nós temos dentro da cidade: na região do São José e Vila Santa Terezinha, nós temos uma bica, onde uma parte da água que mina 24 horas, que é uma água potável, não é devidamente captada. Ela vai para as bocas de lobo e deságua nos rios da nossa região sem ser aproveitada. Nós podemos fazer um trabalho de captação e armazenamento maior para atender a população, porque a captação que nós temos aqui é da década de 1970. Então nós tínhamos na década de 1970 aproximadamente 35 mil habitantes. Hoje nós temos 200 mil habitantes. Nós vamos realmente mudar a história da política da água dentro de Itu, que já virou uma indústria.
O que fará para gerar novos empregos, principalmente aqueles perdidos em decorrência da pandemia do novo coronavírus?
Primeiramente, quando a gente fala de emprego, temos entender que precisamos trazer saúde financeira para os empresários atuais da cidade. Tem muitos empresários que estão sofrendo, estão rastejando para manter as suas empresas e não fechar as suas portas e migrarem para outras regiões. Precisamos trazer saúde financeira, incentivando esses empresários com incentivos fiscais e revertendo esses incentivos em obras e trabalhos assistenciais. Criarei dois polos industriais: um na região do Pirapitingui, o tal polo tão prometido que nunca sai do papel, que é promessa de campanha, e aqui na região da Sete Quedas, que nós já temos um segmento industrial. Nós vamos ampliar ali. São duas áreas que nós podemos transportar as mercadorias, escoar para a nossa região. Incentivando, sim, o empresário a vir para a nossa cidade, com incentivo fiscal para implantar novas empresas e gerar muitos campos de emprego.
Na área de segurança pública, quais são seus projetos?
Nós vamos trabalhar com uma segurança inteligente. Hoje, a Guarda Municipal é uma Guarda atuante, mas o que nós precisamos é criar dentro da GCM um sistema de inteligência. Porque a inteligência na segurança é o que vai garantir a segurança. Ser preventivo. É isso que é necessário. Não adianta a gente equipar a Guarda Municipal, dar viatura, dar armamento, fardamento, colete e você não trabalhar com inteligência, porque aí todo investimento é em vão. Precisamos trabalhar assim, com inteligência. E é assim que nós vamos trabalhar no nosso mandato.
O transporte público é uma área sensível aos moradores. Quais são suas propostas para o setor?
Eu tenho andado muito, principalmente nas regiões periféricas, inclusive rural. E as reclamações são sempre as mesmas: a má prestação de serviço pela empresa atual. Não irei renovar o contrato com essa empresa. Se eleito for, ela considere-se fora de Itu. Vou trazer aqui, além de empresa que queira trabalhar com ônibus novos – essa será a exigência desse prefeito, se eleito for –, ônibus com ar-condicionado, wi-fi. Vou implantar um sistema de van, que é um transporte alternativo. Essas vans terão um proprietário, não é uma empresa, para poder também gerar emprego para o pai de família. Ele vai ter direito de uma linha. Ele vai passar na mesma linha do ônibus e o usuário do transporte público vai ter uma opção: o ele vai de van ou ele vai com o ônibus coletivo. Aquele que prestar melhor serviço é que vai conseguir captar o cliente e poder trabalhar. Junto com isso, em pontos estratégicos da cidade, nós vamos criar transportes alternativos, como patinetes, bicicletas, para o transeunte que quiser sair do Centro e ir até a Vila Nova, não ser necessário ele pegar o ônibus ou uma van. Pega a bicicleta e vai até a Vila Nova, e lá vai ter um novo posto para ele pegar essa bicicleta e fazer o seu deslocamento.
Candidato, suas considerações finais.
Não foi citado aqui a habitação. É de extrema importância a questão da habitação na nossa cidade. Habitação tem se tornado algo muito crítico, porque Itu se tornou uma cidade de condomínios, cidade dormitório. Isso não gera renda para a cidade. Primeiramente eu vou, em meu primeiro ano de mandato, construir mil casas populares com valor acessível para o trabalhador pagar de R$ 40 a R$ 120 em cinquenta anos. Isso, sim, é política habitacional, não política de condomínio. Porque o pai de família, o trabalhador, precisa ter condições para pagar a moradia dele. Não adianta ele ter emprego e não ter onde morar e todo dinheiro dele ir para o aluguel. Chega dessa política nefasta na nossa cidade. Nós vamos mudar. Vamos trabalhar para o trabalhador, que é o piso. Corresponde a 70% da nação brasileira. É isso que eu quero fazer aqui dentro de Itu: a maior política social. O meu mandato será voltado para a classe trabalhadora, não desfavorecendo o empresário. O empresário terá espaço, mas ele terá espaço desde que ele queira fazer uma política social.