CRIA Brasil e Prefeitura não se entendem

O Periscópio foi procurado pela direção da CRIA Brasil, um grupo que reúne atletas inclusivos e adaptados (antiga Corritu) que proporciona a prática esportiva para pessoas com deficiência física, alegando que a entidade vinha funcionando em uma sala no Ginásio Prudente de Moraes, mas, após várias discussões – a última foi uma reunião acontecida na terça-feira (13) – ficou determinado que não poderia mais se utilizar do espaço.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura, que não quis se manifestar a respeito, alegando que “a Secretaria de Esportes prestou todos os esclarecimentos de sua competência diretamente à CRIA durante a referida reunião, e, neste momento, opta por não manifestar nenhum posicionamento acerca de um assunto que foi tratado e já resolvido administrativamente”.

Armando Buch Pastoriza é o atual presidente da CRIA Brasil, que agora está sem uma sala para a entidade (Arquivo Pessoal)

Já segundo a entidade, “foi apresentado pela Prefeitura um decreto que retira concessão de uso da sala para a CRIA Brasil”. Vale lembrar que o espaço era utilizado desde 2011, segundo a entidade. 

Para entender melhor o caso, desde 2020, quando a CRIA reclamou via imprensa de problemas de acessibilidade na Rua Floriano Peixoto, as relações se estremeceram. Na parte esportiva, a CRIA também deixou pública uma reclamação contra o Ituano FC, alegando que o banco de reservas do Novelli Júnior tirou a possibilidade de se usar a pista de atletismo do estádio – que, aliás, nem existe mais. 

O Periscópio, da mesma forma que procurou a Prefeitura, manteve contato também com o atual presidente da CRIA Brasil, Armando Buch Pastoriza, 65 anos, que informou que na reunião da última terça-feira (14) recebeu um decreto da Prefeitura que revoga o decreto de 31 de agosto de 2011, que permitia uso a título precário de uma sala no Ginásio Prudente de Moraes. 

Assim, segundo Armando, “foi dado um prazo de 24 horas, depois prolongado por 72 horas, para que desocupássemos a sala. Pedimos pelo menos 30 dias, pois não temos para onde ir e não podemos ficar desalojados assim”.

O presidente ressalta que a CRIA Brasil já vem procurando contato com a Prefeitura de Salto e agradece as pessoas que estão sendo solidárias à sua causa. Armando encerra ressaltando que “as divergências com a Prefeitura de Itu são pela política pública para PCDs e que a CRIA Brasil não se envolve em política partidária”.