Delegada Titular de Polícia, Dra. Márcia Cruz fala sobre os desafios da profissão
Hoje (08) é o Dia Internacional da Mulher, data de se reforçar o empoderamento feminino e a luta diária por igualdade ganha cada vez mais força. Lembrando a importante data, o Periscópio traz um pouco da trajetória da Dra. Márcia Cruz, que há pouco mais de três décadas já faz valer, por meio de sua atuação, a valorização feminina.
Atualmente, Márcia é Delegada Titular da Polícia Civil de Itu e possui uma trajetória de competência e profissionalismo. Profissão esta, que, aliás está em seu sangue. “Meu desejo de ser Delegada de Polícia nasceu muito cedo, já que uma das pessoas que mais admiro, meu pai (Márcio Prudente Cruz), já falecido, era Delegado de Polícia, e sempre me despertou grande admiração e curiosidade sobre esta profissão”, conta.
A autoridade, nascida em Palmital/SP, destaca o orgulho de seu pai, que ela diz que “era um apaixonado pela profissão e sempre muito dedicado. Acho que foi esta minha grande influência”. Ao acompanhar a trajetória profissional de seu pai, Dra. Márcia pôde ver os prós e contras da profissão e assim fez a sua escolha.
“Enquanto cursava a faculdade de Direito, muitas vezes meu pai tentou me demover da ideia de ser delegada, já que achava que a profissão era muito espinhosa para uma mulher, pior ainda mãe, pois toma muito tempo e dedicação, tempo este que acaba sendo roubado da família. Mas, enfim, eu fiz minha escolha”, afirma.
“Amo a profissão que escolhi, não me vejo fazendo outra coisa. Até hoje a polícia me desperta paixão. Sou plenamente realizada profissionalmente”, comenta orgulhosa Dr. Márcia, que é Delegada de Polícia há 31 anos, estando há quase 30 deles na cidade de Itu.
Ao falar sobre o município ituano, a autoridade diz que “foi a cidade que escolhi para viver e criar meus filhos, por isso aqui fiquei. Nestes anos todos fui muito feliz exercendo minha profissão aqui”.
Durante oito anos, Dra. Márcia esteve à frente da Delegacia de Polícia de Defesa da Mulher, que lhe “rendeu muitas alegrias, dentre elas o Título de Cidadã Ituana”, recorda. “Então, agora, depois de tantos anos aqui, me sinto muito feliz tendo a oportunidade de exercer o cargo de Delegada de Polícia Titular do município. Ainda tenho muito a aprender, apesar de tantos anos da carreira, sempre temos o que aprender, e me sinto pronta para isso”.
A delegada, ao ser questionada se já chegou a sofrer algum tipo de preconceito no decorrer de sua trajetória profissional, diz que quando entrou para a Polícia sentiu que existia preconceito, mas “apenas de maneira sutil, nada agressivo. Acho que cada vez mais a mulher vêm sendo valorizada na Polícia Civil”.
A autoridade reforça que “o trabalho da mulher na Polícia Civil e no combate ao crime vêm crescendo através dos anos. Acredito que a mulher é capaz de exercer a função com eficiência e competência, como vêm provando diuturnamente, ocupando cada vez mais seu espaço”.
“O significado de ser mulher é bastante amplo e complexo, o que posso dizer é que adoro ser mulher e adoro ser Delegada, e o fato de ter escolhido uma profissão tida como masculina não me impede de gostar de salto alto, fazer as unhas, me maquiar, enfim de realizar-me como mulher”, define.
Dra. Márcia recorda ainda “os muitos desafios ao longo dos anos” para exercer sua profissão e também ser mãe, “pois pois polícia não tem hora, não tem final de semana, feriado etc., além de ter plantões noturnos, como faço até hoje. Quando meus filhos eram pequenos foi muito difícil, mas eu consegui, criei meus filhos e me dediquei a uma carreira. Portanto, quando você quer muito, você consegue”, destaca ela, que quer seguir exercendo bem suas funções.